Cuiabá

Viagem mais longa, trânsito e buzina: a (nova?) rotina de quem passa pela Trincheira Jurumirim

Interdição deve causar engarrafamentos pelos próximos sete meses. Mas essa não é a primeira vez que os cuiabanos passam por isso, não é mesmo?

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Viagem mais longa, trânsito e buzina: a (nova?) rotina de quem passa pela Trincheira Jurumirim
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre )

Há 15 dias, o cuiabano vive uma espécie de “deja vu” do período pré-Copa de 2014. A Trincheira Jurumirim foi interditada e as obras influenciaram no fluxo do trânsito da região. Constantemente há engarrafamento nos dois sentidos da trincheira e em ruas e avenidas paralelas.

Quem lida com a situação são trabalhadores que passam de carro, moto, ônibus e outros veículos.

A reportagem do LIVRE acompanhou, desde às 6h30, a movimentação do trânsito durante a manhã dessa quinta-feira (24). Neste horário o engarrafamento já tomava conta das pistas superiores e no entorno.

Ainda no caminho da Jurumirim, o motorista de aplicativo diz que tem evitado viagens na região: “se for para passar por lá [Jurimirim], eu cancelo. Não vale a pena, se perde muito tempo”.

A trincheira é cortada pela Avenida Miguel Sutil, que atravessa boa parte de Cuiabá e é considerada um corredor de tráfego. Por isso, é comum a circulação de caminhões, carretas e outros veículos mais pesados, que emperram ainda mais o fluxo.

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É ainda mais cedo, porém, que o engarrafamento começa: “por volta das 5h40 da manhã e vai o dia todo”, conta Marcos, gerente de um posto de gasolina. “A única folguinha é no horário do almoço”, completa a frentista colega dele.

Marcos é um dos poucos – senão o único – que está feliz com o trânsito. É que, desde os inícios das obras, o movimento no posto teve aumento de 30%. Para além dele, porém, nenhum motorista parece muito satisfeito.

(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre )

“Muito trânsito e não tem rota alternativa. Antes chegava no trabalho com até 20 minutos, agora a viagem dobrou”, conta uma motorista que passa apressada para não deixar que outro a ultrapasse e a espera seja ainda maior.

“Horrível”, diz um casal que passa em uma motocicleta. Elas são as únicas que têm algumas vantagens. Alguns pilotos se arriscam ao cruzar calçadas e estabelecimentos para poupar tempo e fugir do engarrafamento.

“Trânsito demais” e “péssimo”, também são expressões usadas pelos motoristas.

Viagem mais longa ainda é para quem vai de ônibus. É que a fila de carros chega em ruas paralelas de alguns bairros vizinhos, como o Pedregal. Da Avenida dos Trabalhadores saem, por exemplo, as linhas 309, 403 e 319.

(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre )

Quem vai pagar? E quanto?

As obras realizadas pelo governo do Estado são para recuperação da estrutura de concreto e restauração do pavimento. A previsão é de que a interdição dure sete meses. O investimento é de R$ 14 milhões.

Neste primeiro momento, quem vai pagar é o Estado. A ideia é finalizar “o quanto antes a obra” para, depois, repassá-la ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), uma vez que a via é federalizada, embora esteja sob responsabilidade estadual.

Após a recuperação, o governo pretende buscar o ressarcimento dos valores junto à construtora responsável pela obra lá em 2014. A Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra-MT) alega que “as melhorias são realizadas devido à má execução do projeto de engenharia”.

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