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Vereadores trocam acusações e bate boca chega a suspender sessão da Câmara de Cuiabá

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Vereadores trocam acusações e bate boca chega a suspender sessão da Câmara de Cuiabá
(Foto: Assessoria da Câmara)

A sessão plenária desta terça-feira (10) da Câmara de Vereadores de Cuiabá foi mais uma vez palco de bate boca entre os parlamentares e precisou ser suspensa pelo presidente Justino Malheiros (PV). Sob troca de acusações e ameaça de cassação de mandato, foi solicitado o encerramento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, após denúncia de envolvimento de vereadores em influência política e uso da máquina pública para benefício pessoal.

Presidente da comissão, o vereador Abílio Junior (PSC) foi alvo de críticas dos colegas, especialmente pela forma como teria abordado servidores da Secretaria Municipal de Saúde ao buscar informações na semana passada. Segundo Marcrean Santos (PRTB), Renivaldo Nascimento (PSDB), Luis Claudio (PP) e Dr. Xavier (PTC), Abílio tem agido com truculência e praticado abuso do poder para intimidar servidores.

Membro da CPI, Dr. Xavier declarou que a comissão está tomando um direcionamento contrário do que imaginava e pediu o encerramento da mesma. “Não é isso que eu quero para a saúde pública. Eu sei de todos os problemas, temos que resolver, buscar solução e apresentar solução, mas não agir com truculência e da forma desrespeitosa como o presidente tem agido. Eu não sabia dessas visitas na secretaria e não para isso que assinei o requerimento da CPI”.

Já Marcrean reclamou de estar sendo gravado pelo parlamentar e pediu permissão à Mesa Diretora para encaminhar documento à Procuradoria-Geral da Câmara requerendo informações sobre a permissão de um vereador para gravar o outro e expor a imagem. “Ele faz gravação para intimidar. O senhor é cínico, bipolar, não tem respeito com as pessoas. O senhor entrou nesta casa para prestar serviço à sociedade ou aparecer? Aqui não tem moleque, o senhor está brincando nessa casa, está achando que é dono desta casa, que faz o que quer e como bem entender”, disparou.

Abílio Junior, por sua vez, afirmou que o nome de Xavier e Marcrean está no verso de contratos e currículos da Secretaria de Saúde e que ambos são suspeitos de possível ingerência. “Eu peço a substituição do Dr. Xavier na CPI porque o senhor também está na lista de suspeita de ingerência e se o senhor insistir em encerrar a comissão eu vou para a Justiça. Não vou aceitar encerrar a CPI sob ameaça como estão fazendo comigo e outros vereadores. Então cassem meu mandato, mas não vou aceitar. Quanto às gravações, eu gravo mesmo, o senhor é público e já está sendo gravado pela própria casa”, respondeu.

A postura de Abílio, entretanto, também foi criticada por Renivaldo, que usou a tribuna para ressaltar que comissão parlamentar não tem a função de julgar, mas de investigar, seguindo regras e respeitando o ordenamento jurídico. O vereador ainda disparou que a bagunça está generalizada no Legislativo Municipal, que precisa ter ordem.

[featured_paragraph] “Quem preside CPI, não pode presidir achando que está lavando roupa no tanque. E eu falo na frente, não dou facada nas costas. O senhor intimida pequenos servidores públicos, a mim não. CPI tem limitações, existe a competência de cada um. Pode requisitar documentos, fazer diligências, mas não pode chegar com pendrive e enfiar no computador. Essa casa não pode ficar sangrando por atitudes individuais como vem acontecendo”, acusou o tucano.[/featured_paragraph]

Luis Cláudio ratificou o dito pelo colega sobre a função de uma CPI e ainda reforçou que o que estava ocorrendo no plenário na sessão desta terça reforça o apelido que a Câmara tem lutado para impedir que seja atribuído a ela, inclusive, notificando veículos de imprensa para não mais utilizá-lo, sob pena de serem acionados na Justiça. “Queremos retirar dos nossos ombros e vocês fazem questão de colocar de volta nesse plenário”.

O vereador e presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Diego Guimarães (PP), por sua vez, saiu em defesa de Abílio. O progressista disse que o acompanhou na visita à secretaria e que não houve truculência em sua abordagem, afirmando que tudo não passa de boato.

“O vereador me ligou para eu ir acompanhá-lo como membro da CCJ, pois mais uma vez tinham chamado a polícia para ele. Eu testemunhei a forma respeitosa e cordial que ele abordou os servidores da Saúde. O Wellaton (Felipe) também esteve lá. Foram encontradas informações, que ainda não foram divulgadas, de influência política e uso da máquina pública para beneficiar políticos e isso está com a CPI, a investigação vem sendo feita”, ponderou.

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