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Vera Capilé troca o bolo de aniversário por show ao celebrar 70 anos e 25 de carreira

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Vera Capilé troca o bolo de aniversário por show ao celebrar 70 anos e 25 de carreira
Foto: Rai Reis

Podia comemorar com bolo? “Não, não podia. Foi a arte que me trouxe até aqui e é com arte que eu vou celebrar”.

A declaração é de uma artista cuja vida tem sua essência totalmente incorporada à cultura mato-grossense, não só pelas origens e pelo histórico de militância, mas também, pelas grandes parcerias que desenvolveu ao longo dos 25 anos de carreira, honrando Mato Grosso em grandes festivais, como o Pixinguinha, e pela participação no Ano da França, na companhia de Habel Dy Anjos e a viola de cocho.

Vera Capilé contempla a plateia cuiabana com o espetáculo “Pelos córregos da Vida”, nesta sexta-feira (29), dia do seu aniversário, na Sala Anderson Flores, a partir das 20h. A entrada para o show que conta ainda com a participação especial de Habel, André Balbino, Juliane Grisólia e Vanessa Dias, é R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).

No show, a cantora e compositora resgata os melhores momentos de sua trajetória, com canções do disco Cuiabá, Canto de Amor (1998), Flor de Laranjeira (2000), Cirandando (2011) e dos EPs Coisas de Vó – com uma música de Habel – e Canto, Prosa e Viola, com composições dela e de André Balbino.

Ainda que no show, ela se dedique ao trabalho consolidado pela gravação dos discos, Vera Capilé começou cedo. Foi o pai, Sinjão Capilé, quem ensinou tudo sobre a música e ajudou na construção de sua personalidade artística, ela chegou a Cuiabá com a família em 1961. “Meu pai cantava desde o princípio do século”, conta.

É por conta dessa influência, Vera acredita que seu canto, transite entre o lírico e o popular. “Aprendi no nascedouro com meu pai que era soprano. Tanto na infância quanto na adolescência, ele me lapidava”.

A propósito, na adolescência, realizou suas primeiras incursões como musicista. “Aos 15 anos eu tinha um programa de rádio na Voz do Oeste, se chamava Seresta, Voz e Violão. Como naquela época eu era muito criança, eu não podia participar de um programa tão cedo, eu tocava e cantava dentro do estúdio para que ninguém soubesse a minha idade”, relembra.

Vera casou cedo e por 23 anos se dedicou à família, tendo que interromper sua carreira por conta de exigências do marido. “Dei uma escapadinha em 1989 ao tocar com Ivens Scaff em um evento que aconteceu na casa de shows que o Jaime Okamura tinha lá no início da Isaac Póvoas”, se diverte.

Mas em 1992, logo depois de se separar, o parceiro Liu Arruda disse a ela que não teria tempo para a tristeza e tratou de convidá-la para um show em sua casa, a Nó de Cachorro, que ficava na Filinto Muller. Foi em 1994.

Dois anos depois, Ernani Calhao a apresentou a Habel Dy Anjos e aí, começava uma das mais fortes uniões musicais de Mato Grosso. “Com Habel fiz um casamento de almas. É só um olhar para o outro e já sabe o que o outro vai fazer. Foi por isso mesmo que não pensei em outra pessoa para participar comigo no Pixinguinha, em 2004. Lá estava ele com sua viola de cocho”, conta.

“André Balbino e Juliane Grisólia também são pessoas com as quais eu mais trabalhei nos últimos anos e a mais nova aliada é a Vanessa Dias com quem tenho feito composições nos últimos temos”.

As composições de Vera versam sobre o meio ambiente, sobre sua relação muito íntima com a natureza. “Eu só consegui me assumir como compositora depois que vieram os netos. Eu compunha e cantava para eles. Foi então que conhecendo uma delas, a musicista Rejane de Musis, na época em que atuava no Sesc Arsenal me encorajou a inscrever a música ‘Cirandando’ na Mostra de Música de lá. O baixista Ebinho Cardoso me ajudou cantando comigo. Com a inclusão da música no CD, logo veio a ‘Cheiro do Mato’. Daí eu disse: ‘olha, eu sei compor”, sorri.

Agora, Vera convida a plateia para a compartilhar dessas emoções.

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