Na íntegra do vídeo gravado por Rodrigo Barbosa e entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR), o deputado estadual Wagner Ramos (PSD) supostamente negocia valores a serem pagos a deputados estaduais para que a conclusão da CPI das Obras da Copa não prejudicasse o ex-governador Silval Barbosa.
VEJA A COBERTURA COMPLETA DA DELAÇÃO
O encontro foi gravado no 19 de julho de 2016, no escritório de Rodrigo, em um prédio comercial na Avenida do CPA, em Cuiabá.
Papel entregue por Rodrigo Barbosa à Justiça; valores teriam sido riscados por Wagner Ramos
Pelo vídeo, é possível entender alguns trechos da conversa:
– O que ele pediu? questiona Wagner.
– Um milhão, um milhão de cada, responde Rodrigo.
– Não tem como, afirma Rodrigo.
Poucos segundos depois, Rodrigo faz anotações num papel. Segundo consta na delação, seria neste momento em que Rodrigo combina os valores e os parlamentares que receberiam dinheiro.
Em seguida, Wagner aparece rabiscando o mesmo papel. Momento em que teria riscado dois nomes da possível lista.
– Já é um outro número, diz Rodrigo
– Cada um é 500. Agora eu não sei. Tem que vê aí, diz Wagner.
– Agora fica outra coisa, bem em conta isso aqui, aponta Rodrigo
– 500 para cada um, afirma Rodrigo.
Depois é possível ver o deputado citando nomes de outros parlamentares, os quais receberiam o dinheiro.
– Mauro (…) Silvano, Mauro, Eu, Dilmar, Silvano, afirma Wagner.
Segundo encontro gravado
Rodrigo Barbosa gravou ainda um segundo encontro, no dia 26 de julho de 2016:
“ WAGNER RAMOS retoma ao escritório do Declarante, aparentando estar mais nervoso do que na primeira reunião, e fala ao Declarante que havia conversado com o “pessoal” e que chegou a um valor de R$ 7.000.000,00, que deu a entender que era para dividir com os membros da Comissão (sinal com mão feito no vídeo); QUE o Declarante acertou com WAGNER RAMOS que pensaria e daria um retorno; QUE o Declarante relatou essa situação a SILVAL BARBOSA e que teria gravado esse encontro”
Outro lado
Por meio da assessoria, o deputado Wagner Ramos ressaltou que, até o momento, não teve acesso aos autos da delação, mas que “as narrativas que o envolvem encontram-se distorcidas da realidade dos fatos”.
“No exercício de minha defesa, demonstrarei a veracidade dos fatos, de maneira a resguardar a minha honra e probidade no exercício do meu mandato parlamentar”, pontuou, em nota.