Mato Grosso tem 11 candidatos concorrendo a duas vagas no Senado Federal. O LIVRE entrevistou os postulantes sobre temas polêmicos que tramitam no Congresso Nacional (Senado e Câmara), como a descriminalização do aborto.
Veja, por ordem alfabética, o que cada candidato pensa sobre a legalização do aborto.
– Adilton Sachetti (PRB) é deputado federal e concorre pela primeira vez ao Senado. O postulante destaca que já há circunstâncias em que o aborto é permitido por lei, mas evitou opinar sobre a mudança na legislação.
“Envolve questões religiosas e de vida, e acho que a sociedade não está madura, e nem eu, para dar essa resposta absoluta”.
– Aladir Leite Albuquerque (PPL) é servidor público aposentado e também é a primeira vez que disputa uma vaga ao Senado. Ele defende que a legislação seja alterada para permitir às grávidas decidirem se querem abortar ou manter a gestação.
“Quem tem que decidir não é Judiciário nem Legislativo, e sim a mulher, porque ela está gestante. A última palavra é da mulher. O Estado não tem que se meter na vida da mulher. A lei tem que dar liberdade, como Deus deu livre arbítrio”.
– Carlos Fávaro (PSD) é ex-vice-governador e tenta pela primeira vez ser eleito como senador. O candidato se diz radicalmente contra o aborto. Ele, contudo, diz que o tema precisa ter uma discussão mais ampla, incluindo uma responsabilização aos homens que induzem as mulheres de comer o aborto.
“Nunca vi ninguém discriminar um homem pelo aborto. A imensa maioria dos abortos cometidos neste país é porque as mulheres são abandonadas pelos homens, pois o parceiro não quer o filho, ou se responsabilizar, e a induz a cometer o aborto”.
– Gilberto Lopes (Psol) é funcionário público estadual e disputa pela primeira vez uma vaga ao Senado. O postulante diz que defende a realização de um plebiscito e referendo para que a população decida sobre a legalização do aborto.
“O que fosse definido pela população seria seguido”.
– Maria Lúcia (PCdoB) é ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso e é a primeira vez que concorre ao Senado. A candidata defende a realização de um plebiscito para decidir sobre a liberação do aborto.
“Sou católica e contra o aborto, mas não posso levar minha posição pessoal. Há três argumentos fortes no Brasil, um vem da igreja, que é em defesa da vida, o outro é do Estado, que tem obrigação de ouvir a população, e o terceiro é das feministas que tem direito ao seu próprio corpo. Como senadora vou defender o plebiscito. Qualquer país civilizado do mundo faz isso, é preciso ouvir a população”.
– Nilson Leitão (PSDB), que atualmente é deputado federal, concorre pela primeira vez ao Senado. O tucano, durante entrevista ao LIVRE afirmou que é contra a legalização do aborto.
“O Brasil não pode fazer leis da qual ele não está preparado para poder conduzir”.
– Procurador Mauro (Psol) é procurador da Fazenda Nacional e já disputou diversos cargos políticos, mas pela primeira vez concorre ao Senado. O postulante tem posição pessoal contrária ao aborto, mas diz que o tema deve ser discutido por consultas populares.
“Assuntos polêmicos devem ser discutidos por plebiscito ou referendo, porque não podem ser decididos em gabinetes. Temos que avançar na democracia”.
– Sebastião Carlos (Rede) é advogado e é a primeira vez que disputa um cargo eletivo. Quanto à legalização do aborto, o candidato defende que é a mulher quem deve decidir o que fazer com o “próprio corpo”, mas não descarta a possibilidade de um plebiscito.
“Essa proibição é uma proibição hipócrita porque se encaminha para clínicas clandestinas em que se morre tanto o feto quanto a mulher”.
– Selma Arruda (PSL) é juíza aposentada e pela primeira está em uma disputa eleitoral, sendo então candidata ao Senado. Ela se posiciona contra o aborto, apesar de defender que a mulher tenha o direito de cuidar do próprio corpo.
“Da mesma forma que ela tem direito sobre seu corpo, ela tem o dever de se cuidar, de se prevenir para não engravidar. Não só ela, o homem também. Eles devem tratar isso com responsabilidade, pois o aborto não é caminho ou solução para nada, é assassinato. Óbvio que já existe na lei hipótese em que o aborto é permitido, quando fruto de estupro, quando não há perspectiva de vida depois do nascimento”.
– Waldir Caldas (Novo) é advogado e pela primeira vez entra no pleito para o cargo de senador. O postulante diz que o aborto deve ser autorizado apenas quando houver risco de vida para a grávida ou em casos de estupro, bem como em fetos anencefálicos.
“Fora dessas três hipóteses, somos redundantemente contra. Somos pela vida”.
– Jayme Campos (DEM) também foi convidado a participar da série de sabatinas realizadas pelo LIVRE, mas foi o único que não marcou presença.