A Justiça Militar em Mato Grosso pediu que o Ministério Público Estadual investigue o sobrevoo de um helicóptero da Polícia Militar a escola Notre Dame de Lurdes, em Cuiabá.
Titular da Vara, o juiz Marcos Faleiros aponta para possível conotação político-partidária do ato, o que caracterizaria infração ao regime militar.
O sobrevoo ocorreu na manhã desta quinta-feira (2) e o uso político do aparato estatal teria sido manifestado com a exposição da bandeira nacional. Somado a isso está o fado de que o sobrevoo ocorreu um dia após a direção da escola afastar do trabalho uma professora que fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro, em sala de aula.
O pedido do juiz Marcos Faleiros tem ligação com o ofício enviado ao Comando Geral da Polícia Militar de Mato grosso, na semana passada, com alerta do que ele chamou de “comportamento subversivo” de militares, que eventualmente viessem a se manifestar em atos políticos no próximo dia 7.
No ofício, Faleiros diz que a punição dos militares nessa condição poderá ir de prisão ao desligamento da corporação.
O que diz a escola?
A secretaria da escola Notre Dame de Lurdes disse que o sobrevoo já estava programado a pedido da própria escola. A demonstração teria o “intuito de sensibilizar e semear em nossos mais de 1.600 alunos o amor pela nossa Pátria, bem como o respeito a todas as instituições que contribuem servindo o nosso Brasil”.
O que diz a Secretaria de Segurança Pública?
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) confirmou a informação da escola de que o voo já estava previamente programado, antes do episódio envolvendo a professora.
Acrescentou que militares do Centro de Integração de Operações Aéreas (Ciopaer) estiveram na escola, na quarta-feira (1º), dando “palestração e orientação aos alunos sobre segurança pública”.