Detentos da Cadeia Pública de Barra do Garças (516 km de Cuiabá) tentaram iniciar uma rebelião no fim da noite dessa quinta-feira (11). Em meio à tentativa de motim, impedida pelos agentes penitenciários, um dos detentos incitava os demais gritando: “vamos família CV, vamos mostrar para esses desgraçados quem é que manda”.
A tentativa teve início por volta das 21 horas. A princípio, conforme o boletim de ocorrência, os agentes conversaram com os detentos e, como não funcionou, precisaram intervir em uma das celas, a número 16, onde a algazarra havia começado.
Os detentos xingavam e ameaçavam a equipe carcerária, incentivando os demais a participarem da rebelião. Os agentes da equipe de contenção utilizaram spray de pimenta para conseguir entrar na cela para revistá-la.
“Ao entrar, houve a desobediência por parte dos internos, que descumpriram a ordem de permanecer no procedimento de segurança e, o tempo todo, esboçavam reação ofensiva. Nesse ínterim, o interno W.P.S.C. colocou-se de pé e iniciou uma investida contra a equipe de contenção. Alguns internos já estavam encapuzados e segurando colchões para investir contra a equipe”, consta no boletim de ocorrência.
Os agentes dispararam um tiro de borracha contra o detento W.P.S.C., de 25 anos, para que ele não continuasse indo para cima da equipe. O tiro fez com que os presidiários reagissem gritando. Foi quando um deles, que ficava na mesma cela do primeiro, começou a incitar as demais alas a promover uma rebelião dizendo:
“Vamos família CV, vamos mostrar pra esses desgraçados quem é que manda”, consta no boletim de ocorrência. Ele se referia aos membros da facção Comando Vermelho.
Depois do grito do detento, vários outros começaram a gritar e, para tentar impedir o ataque à equipe, os agentes dispararam mais um tiro de borracha, que, desta vez, atingiu a parede da cela.
O reeducando de 25 anos, que foi atingido pelo tiro de borracha, foi conduzido para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barra do Garças, onde recebeu atendimento médico. Quando estava sendo retirado da penitenciária, ele seguiu tentando incitar os demais presos a iniciar uma rebelião, inventando, aos gritos, que os agentes estavam lhe agredindo.
A cela 16 foi revistada e os agentes encontraram chucos, uma espécie de lança de ferro comumente utilizada em rebeliões, que, conforme o boletim de ocorrência, “certamente seriam usados contra a equipe de serviço”.
Participaram da rebelião detentos das celas 12, 13, 15 e 16, que ficaram gritando e ameaçando a equipe de agentes penitenciários.
