Judiciário

Vaga no TCE: deputados não sabem se recorrem ou não de decisão contra Maluf

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Vaga no TCE: deputados não sabem se recorrem ou não de decisão contra Maluf

A Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa de Mato Grosso protocolou, na manhã desta segunda-feira (25), um recurso para reverter a decisão que impediu a nomeação e posse do deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O presidente da Casa, Eduardo Botelho (DEM), por sua vez, determinou a retirada do recurso. Segundo sua assessoria, o pedido foi feito para que a decisão quanto a recorrer ou não da decisão judicial seja deliberada com os demais parlamentares que compõem a Mesa Diretora.

Travada há quatro anos, a vaga foi liberada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início deste mês. Como Bosaipo havia sido indicado na cota do Legislativo, a prerrogativa da indicação é do Parlamento. Guilherme Maluf foi escolhido novo conselheiro do TCE na quinta-feira (21) e, no dia seguinte (22), a cadeira foi novamente judicializada.

Alteração na lei

Ainda sobre o Tribunal de Contas do Estado, nesta segunda-feira a Assembleia Legislativa publicou uma lei complementar que altera a dispositivos da Lei Orgânica do órgão de controle externo. Dentre as mudanças, estão a obrigatoriedade de o TCE encaminhar ao Legislativo um relatório trimestral e anual de suas atividades, bem como prestar contas ao Parlamento, mensal e anualmente.

Entenda o caso

O juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, atendeu ao pedido do Ministério Público do Estado (MPE) e determinou, no fim da tarde de sexta-feira (22), que o governador Mauro Mendes (DEM) e o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Gonçalo Domingos de Campos Neto, se abstenham de nomear e dar posse a Guilherme Maluf no cargo de conselheiro.

Para embasar a ação, os promotores de Justiça Clóvis de Almeida Junior e Audrey Ility argumentaram que, poucos dias antes de ser escolhido para o cargo, Maluf se tornou réu em ação criminal que tramita no Tribunal de Justiça e destacaram que o parlamentar é alvo de processo no próprio Tribunal de Contas. Além disso, os promotores citaram uma declaração do próprio deputado reconhecendo não possuir profundo conhecimento jurídico e orçamentário, um dos critérios para ser conselheiro.

Guilherme Maluf se tornou réu em julgamento do pleno do Tribunal de Justiça realizado no dia 14. Ele é acusado de ser um dos líderes do esquema de desvio de recursos da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc), desmantelado pela Operação Rêmora. Seis dias depois, foi o escolhido para ocupar a vaga de conselheiro deixada por Humberto Bosaipo.

A vitória de Maluf, por sua vez, se deu após uma tarde de quarta-feira (20) conturbada na Comissão de Constituição e Justiça e Redação (CCJR). Um primeiro relatório, apresentado pelo deputado Wilson Santos (PSDB), apontou que apenas dois nomes deveriam ir para a disputa e causou inúmeros desentendimentos, acirrou os ânimos e acabou sendo derrubado.

Depois, em uma nova sessão da comissão,  um segundo relatório, desta vez de autoria do deputado Silvio Favero, foi apresentado e aprovado por maioria. Nele, ficou estabelecido que os seis indicados deveriam seguir para a próxima etapa do processo seletivo,que consistia na explanação e votação no Colégio de Líderes da Assembleia Legislativa.

Maluf recebeu 11 votos dos 24 possíveis e foi o escolhido para a sabatina em plenário, realizada nesta quinta. Outros cinco nomes foram avaliados pelo Colégio, sendo que o deputado Max Russi (PSD) recebeu 10 votos, o juiz Eduardo Calmon, diretor do Fórum de Várzea Grande, recebeu dois e o ex-controlador-geral de Cuiabá, Luiz Mário, não conquistou votos. Os deputados Sebastião Rezende (PSC) e Dilmar Dal’Bosco (DEM) retiraram suas candidaturas.

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