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Vacina contra a aftosa será coisa do passado em Mato Grosso

Estado livre da doença, Mato Grosso deve suspender a vacinação a partir de 2023

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Vacina contra a aftosa será coisa do passado em Mato Grosso
(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Criadores de gado de Mato Grosso avaliam suspender a vacinação contra a febre aftosa no final do próximo ano. A mudança é uma nova etapa do plano de erradicação da doença, montado em 2017.

O reflexo no mercado deverá ser a abertura dos portos de novos países – que hoje bloqueiam a importação de carnes de locais onde há vacinação dos animais, mesmo que não registrem casos da febre aftosa.

“É o caso do Japão, por exemplo, que não compra de Mato Grosso – e nós estamos há 25 anos sem registro da febre aftosa – porque o controle ocorre por meio da vacinação. O argumento deles é: se a doença está erradicada, por que continuam vacinando?”, diz o fiscal João Marcelo Brandini Néspoli.

Ele é um dos responsáveis pelo monitoramento do plano estratégico para a retirada da vacina. A estimativa é de que a última convocação para a aplicação ocorra em novembro do próximo ano, seguindo a programação do calendário.

4° Fórum de Vigilância

(Foto: Bruno Oliveira)

O assunto foi discutido no 4° Fórum de Vigilância Contra a Febre Aftosa realizado em Cuiabá pelo Sistema Famato, nesta quinta-feira (30).

Mato Grosso cumpre uma série de 40 medidas para passar a etapa seguinte do plano. As ações vão de aumento de vigilância na fronteira com a Bolívia, à capacitação sanitária e montagem de escritórios para gerir os serviços.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) diz que o Estado tem cerca de 32 milhões de cabeças de gado e é responsável por até 25% da produção nacional.

A maior parte da exportação, cerca de 40%, é vendida para a China. O certificado de erradicação da febre aftosa também é buscada como uma alternativa para a redução da dependência nacional do mercado chinês.

Plano em blocos

O plano de retirada da vacina é montado por blocos de Estados. Mato Grosso integra uma divisão com o Centro-Oeste e o Sudeste.

O acordo prevê que as datas de mudança para a nova etapa de erradicação ocorram em paralelo entre eles. Porém, os Estados estão em descompasso tanto pelo peso da agropecuária em suas economias, quanto pelo impacto da pandemia.

Especialistas afirmam que esse cenário pode pesar na transição. Mato Grosso é um exemplo por despachar exportações pelo Pará e por Santos (SP).

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