O governador Mauro Mendes criticou a condução do Ministério da Saúde em relação à compra de vacinas para a campanha nacional de imunização contra a covid-19. Ele disse nesta quarta-feira (13) que o Brasil ficou para trás no início da vacinação por oscilação do governo federal.
“O governo diz que irá comprar, depois diz que a vacina não é obrigatória. Parece aquela pessoa que tem que te pagar, mas na hora de entregar o dinheiro continua agarrada a ele. Vários países, inclusive da América Latina, já começaram a vacinar, e o Brasil até agora nada. Pra mim, essa vacinação não está sendo conduzida de forma satisfatória”, disse Mendes, em entrevista à rádio CBN.
O governador afirmou que ontem (12) que o ministro da Saúde Eduardo Pazuello cancelou uma reunião marcada com governadores e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O evento daria início às pontuações sobre a distribuição de doses já anunciadas. Uma nova data foi agendada para semana que vem.
“Nós estamos preparados para iniciar a vacinação. Mas ela depende da distribuição do Ministério para os Estados e dos Estados para os municípios, que em Mato Grosso são 141. Isso leva algum tempo”, disse.
Negociação restrita
Mauro Mendes disse ainda que as farmacêuticas à frente da produção das vacinas estão limitando as negociações de venda, neste momento, à preferência pelos governos federais. Essa estratégia bloquearia as compras por governos estaduais e empresas privadas.
“Eu consegui contato com o presidente da Pfeizer no Brasil e ele me respondeu ontem que a estratégia adotada no mundo pela empresa é de dar preferência aos governos federais. Até estou tentando comprar doses, mas se eles têm o governo federal para negociar, por que vai vender para os Estados?”, pontuou.
Em dezembro, o governador visitou as instalações do Instituto Butantan, em São Paulo, e anunciou a intenção de compra de 500 mil doses da CoronaVac, vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac. Hoje, Mendes indicou que essa negociação também está travada.