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Unem realiza encontro para apresentar a produção de Etanol de milho em Mato Grosso

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Unem realiza encontro para apresentar a produção de Etanol de milho em Mato Grosso
Foto: Edson Rodrigues/Imagens

A União Nacional do Etanol de Milho – Unem, realizou nesta semana, em Lucas do Rio Verde o “Dia na Indústria do Etanol de Milho”. A convite da instituição, o LIVRE esteve no município para conhecer um pouco sobre a produção do biocombustível em Mato Grosso e os trabalhos da F S Bioenergia, a única indústria no país a produzir etanol exclusivamente a partir do milho.

A indústria do etanol de milho tende a crescer e fomentar a economia nacional e principalmente, a mato-grossense. Isso porque o estado possui cinco das nove indústrias do país. Número que em breve será ainda maior, já que mais quatro fábricas estão em fase de construção no estado.

De acordo com o presidente da Unem, Ricardo Tomczyk, a produção do biocombustível a partir do milho – se levada em consideração o grande déficit de armazenagem do grão –  vem de encontro com a necessidade dos produtores do cereal no Estado. “Vamos utilizar o milho mato-grossense, exclusivamente. Temos milho sobrando aqui, e uma enorme oferta da matéria-prima, é por isso que essa indústria está se desenvolvendo muito rápido”, assegurou.

Foto: Edson Rodrigues/Imagens

Para Tomczyk, a produção do biocombustível de milho é mais viável por haver uma grande quantidade do cereal já plantado no Estado. “É mais rápido fazer o etanol a partir do milho do que de cana. Para produzir etanol de cana, é preciso plantar mais, e isso não é tão fácil assim. Além disso, é mais simples construir uma indústria de produção de biocombustível do cereal”, avaliou.

Foto: Edson Rodrigues/Imagens

Ele destaca que essa produção local tende a baratear ainda mais o preço do etanol nos postos de gasolina do Estado. Uma vez que o grande volume ofertado do biocombustível, faz com que essa opção fique mais viável para o consumidor, se comparado ao preço da gasolina.

Até o encerramento deste ano, deverão ser produzidos cerca de 600 milhões de litros de etanol de milho em Mato Grosso, sendo que o total produzido no Brasil ficará em torno de 850 mi de litros. “Isso significa processar 1,5 milhão de toneladas de milho, por dia”, lembrou.

RenovaBio

A indústria de biocombustível deverá ser prioridade no Brasil, pois atende o programa RenovaBio, lançado pelo Ministério de Minas e Energia, em dezembro de 2016. O programa tem como objetivo de expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, baseada na previsibilidade, sustentabilidade econômica, social e ambiental – reduzindo as emissões de gases causadores do efeito estufa, e compatível com o crescimento do mercado.

Além disso, fornece uma importante contribuição para o implemento dos compromissos nacionalmente determinados pelo país no âmbito do Acordo de Paris, que designa a “substituição de combustíveis fósseis por combustíveis renováveis e, tem como meta a diminuição de 10,1% nas emissões de gases até 2028”, assegurou Tomczyk.

Ele garantiu que, além desse ponto, o setor também atende a exigência de promover adequadamente a expansão dos biocombustíveis na matriz enérgica, com ênfase na regularidade do abastecimento de combustíveis e a previsibilidade para o mercado de combustíveis.

Quanto a emissão de gases, a produção do biocombustível tem ajudado no cumprimento das metas do RenovaBio, uma vez que, a produção é mais “eficiente” e reduz as viagens do cereal até os portos do país.

[featured_paragraph]“Só este ano foram produzidos 600 milhões de litros de etanol de milho. Para isso foram processados 1,5 milhões de toneladas nas indústrias do Estado. Reduzindo a rodagem de 30 mil viagens de bitrens 9 eixos para os portos do país. Além de promover melhorias nas matrizes enérgicas estadual e nacional, e gerar empregos e renda”, pontuou o gestor. [/featured_paragraph]

Segundo a projeção da Unem, “a ideia é que até 2028 sejam produzidos 4 bilhões de litro de etanol de milho em MT, com o processamento de 10 milhões de toneladas de milho. O que irá reduzir 200 mil viagens de bitrens 9 eixos para os portos”, detalhou Tomczyk.

Quanto a melhoria das matrizes energéticas estaduais e nacionais, além da geração de empregos e melhoria na renda são incalculáveis.

FS Bioenergia

A maior indústria produtora de etanol a partir de milho do Brasil está na cidade de Lucas do Rio Verde. A FS Bioenergia é a primeira e única usina do país a produzir somente esse tipo de combustível. Sua construção custou 800 milhões de reais, fase que gerou cerca de 8 mil empregos, diretos e indiretos.

Além do etanol de milho, a multinacional produz “coprodutos” do milho, como os Dried Distillers Grains (DDGS) – ração para nutrição animal, óleo de milho e eletricidade.

A indústria tem capacidade de processar 1,3 milhão de milho, produzindo 530 milhões de litros de etanol, por ano. Além de 400 mil toneladas de farelo de milho – os DDGs, 15 mil toneladas de óleo de milho e capacidade de cogeração de energia de 132MW/h, suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 55 mil habitantes. Vale ressaltar que esses valores são apresentados durante um ano.

Por dia, a FS Bioenergia processa 3,4 mil toneladas do cereal, o que gera 1,4 milhões de litros de etanol e 12,2 mil toneladas de DDGs. “Com uma tonelada de milho, a indústria produz cerca de 430 litros de etanol de milho, 363 kg de DDGs, 13kg de óleo bruto, além de 151 kWh”.

Foto: Edson Rodrigues/Imagens

De acordo com o coordenador de Operações da FS Bioenergia, Fernando Quilice Martinelli, “a planta é utilizada, em média, 355 dias no ano, e com uma disponibilidade de 98%, o que é a meta de bônus da empresa”, disse.

No primeiro momento a carga de milho passa por um processo de classificação e análise, onde são feitas análises. São observados o teor do amido, umidade, se há ou não presença de insetos, e se o milho está quebrado. “Por meio dessa análise determinamos o desconto do pagamento ou não”, explica Martinelli.

Vale ressaltar que esse processo acontece com toda carga de milho que chega na indústria. Após a análise no laboratório, “se o milho não for aprovado, ele nem é descarregado”. Após aprovação, o cereal passa por uma balança, e só então é descarregado.

Diariamente chegam para a F S Bioenergia 3,5 mil toneladas de milho, e que esse volume deve ser dobrado em breve já que a indústria está sendo ampliada. “Com o aumento, a ideia é que a empresa trabalhe em 3 turnos, até então ela funciona só até às 17h”.

Além da FS Bioenergia, existem outras indústrias no país que produzem o etanol a partir do milho. Entretanto, as demais trabalham em regime “flex”, produzindo o combustível a partir da Cana-de-açúcar e do milho. Dentre elas estão a SJC Bioenergia (São João), em Quirinópolis (GO), Usina Porto Seguro Flex, em Jaciara (MT), Usimat, em Campos de Júlio (MT), Usina Rio Verde LTDA, no município de Rio Verde (GO), Usina Libra, em São José do Rio Claro (MT), Usina Cereale Brasil Agroindustrial, em Dois Córregos (SP), Safras Biocombustível, em Sorriso (MT) e a Usina Cooperval, em Jandaia do Sul (PR).

 

 

Para o evento foram convidados agricultores, projetistas, advogados e pessoas ligadas ao negócio do etanol de cana. Teve como objetivo apresentar as vantagens de se investir na produção de Etanol oriundo do Milho.

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