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Uma pessoa queimada é internada a cada dois dias no Hospital Municipal de Cuiabá

Manuseio de produtos combustíveis, como o álcool, está entre os principais motivos de internação no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ)

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Uma pessoa queimada é internada a cada dois dias no Hospital Municipal de Cuiabá
(Foto: Luiz Alves / Secom)

Ao longo do ano de 2021, 193 pessoas foram internadas no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Municipal de Cuiabá “Dr. Leony Palma de Carvalho” (HMC). Dentre esses pacientes, foram realizadas 158 cirurgias plásticas, além de 80 cirurgias reparadoras em pessoas que sofreram outros tipos de acidentes, na unidade, que é referência em toda a região.

Os pacientes admitidos no CTQ são oriundos do setor de Urgência e Emergência do HMC, das policlínicas, UPAS, bem como de outros municípios, e em alguns casos os pacientes são transportados de helicóptero, haja vista que o HMC possui heliponto.

O cirurgião plástico Dr. Carlos Maranhão, que atua há mais de 15 anos no CTQ (desde quando funcionava no antigo Pronto-socorro de Cuiabá) e é o atual coordenador, afirma que ao sofrer uma queimadura, o indivíduo precisar ser levado a uma unidade de saúde o mais rápido possível, mas o tipo de estabelecimento vai depender do grau de profundidade e da extensão da lesão.

“Pode procurar a UPA, policlínica ou acionar o SAMU, e após avaliação médica, o paciente será direcionado para UTI ou diretamente para o CTQ, do HMC, se necessário. Os que não são graves, com queimaduras de menor porte e menor gravidade são atendidos em nível de posto de saúde ou de policlínica”, explica o profissional.

Maranhão também orienta que não se utilize tratamentos caseiros, com substâncias cujo objetivo não é de tratar queimaduras. “Isso pode até prejudicar o paciente, pois são desnecessários, são ineficazes e podem prejudicar inicialmente o tratamento”, afirma.

Prevenção é o melhor caminho

Conforme o médico Carlos Maranhão, é comum pessoas sofrerem queimaduras por não escolherem o combustível mais adequado para, por exemplo, acender uma churrasqueira. “O uso do álcool líquido é muito perigoso e é muito utilizado em churrasqueiras. Se fosse utilizado só o álcool em gel, o percentual de acidente seria muito menor. O problema do álcool líquido é que ele é altamente volátil”.

Em relação ao álcool em gel para acender churrasqueiras, por exemplo, é preciso ter o cuidado de utilizar aqueles com menor concentração etílica. Isso porque, conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com o advento da pandemia e aumento do uso do álcool em gel 70% pelas pessoas como forma de prevenção ao coronavírus, aumentaram também os casos de queimaduras.

De acordo com a SBCP, o álcool em gel 70% deve ser usado apenas quando a pessoa estiver na rua. Em casa, a higienização deve ser feita com água e sabão. O frasco de álcool, assim como qualquer outro produto inflamável, deve ficar fora do alcance de crianças.

Outra situação corriqueira e que pode levar a momentos traumáticos para pais e filhos é a presença de criança na cozinha sem a atenção necessária. “Criança perto de fogão está sujeita a acidentes, como derramamento de líquido ou produtos aquecidos, provocando queimaduras muitas vezes graves”, alerta o profissional.

(Com assessoria)

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