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Um ano de possibilidades para aprender

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Um ano de possibilidades para aprender
(Foto: Reprodução Jan Vašek por Pixabay)

Quem adivinharia que um vírus teria a pretensão de nos colocar nos trilhos forçosamente? Ele chegou devastando tudo. Veio com o objetivo maior de informar: Vocês não são poderosos. Desçam os degraus. Retirem as capas de ouro ou brilhante e as coloquem nos cientistas e em todos aqueles que não medem esforços para salvar vidas. Eles colocam em xeque-mate as suas vidas e a das suas famílias para o bem coletivo. Sim, o vírus veio para nos dizer que somos finitos e que vamos ter que obrigatoriamente aprender a lidar com a nossa finitude e a do outro. Ele veio dando ordens. Não quer saber se a sua família vive em guerra e não consegue se relacionar por um tempo maior. Não interessa. É ele que
está no comando e vocês terão que se suportar. Terão que aprender a lidar com (ou sem?) o supérfluo. Terão que aprender a duras penas a amar a si e ao próximo, mesmo não
sendo da família. Terão que aprender a valorizar os momentos que você teve e desdenhou. Não refletiu que talvez fosse o último. Terão que compreender que se um membro familiar fica impactado, todos os outros também ficarão. Terão que desenvolver uma comunicação mais respeitosa e empática. Terão que manifestar ajuda para o outro, independente de credo, raça ou cultura. Ah, e falando em crises, esse coronavírus veio pra nos alertar que elas vão surgir. As crises financeiras nos mostram de uma vez por todas que dinheiro não leva desaforo para casa e que também não compra a vida. E ele deu uma dica: não perca seu tempo retendo mágoas, tampouco ressentimentos diante de alguém. Você não saberá se terá a oportunidade de abraçá-lo e beijá-lo na despedida. Esse coronavírus é tão inteligente que veio até para nos atentar que precisamos fazer política com muita responsabilidade. Somente assim ficaremos mais atentos para o que está acontecendo e o que poderá vir a acontecer com a nossa omissão. Não adianta gritar aos quatro ventos que odeia política. Não se envolver com essas questões poderá favorecer ainda mais a corrupção e as manipulações. O coronavírus quis mostrar que para alcançar e modificar algo, a política é a principal ferramenta. Ela é um instrumento de ação primordial para que a sociedade possa passar por enfrentamentos e transformações.

É necessário e urgente lembrarmos do grande Aristóteles. Ele nos disse que todo homem precisa um do outro, que é da natureza humana viver em sociedade e que através da busca pelo bem comum é que se tem a constituição da vida pública. A política foi criada para essa finalidade, para regular os conflitos existentes na sociedade.

O vírus veio também para deixar bem claro que a política não se limita somente aos governantes, mas também a uma participação que seja efetiva e consciente de todos. Somente com políticas de prevenções é que acharemos soluções para situações emblemáticas como esta que estamos vivenciando no atual momento. Viu só? Esse coronavírus pode nos deixar mais espertos e reflexivos para entender que se quisermos,  podemos ser proativos e perceber que o mal maior que veio assolar o mundo não é somente viral, ele é, sem sombra de dúvidas, também social.

Sílvia Pilon
Psicóloga Clínica, Especialista em Terapia Sistêmica, Familiar , Conjugal e Individual .
CRP: 18/01101

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