Guias turísticos de Mato Grosso estão parados há quase um ano. As atividades foram afetadas pela pandemia a partir de março de 2020, assim como outros segmentos, e tiveram efeito extra com o descontrole das queimadas nas cidades turísticas.
Conforme a presidente do sindicato da categoria, Susy Miranda, a renda dos guias passou, nos últimos meses, de até R$ 50 mil mensais para a impossibilidade de comprar uma cesta básica.
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O faturamento diário dos guias variava entre R$ 250 e R$ 450 por casal em Mato Grosso. O preço dependia da cidade de tour e do número de pessoas. O Pantanal tinha os preços mais altos, com média de R$ 450.
“Estamos parados desde março do ano passado. Quando houve a volta das atividades, ela não chegou a 30% do que era antes. O turismo se concentrou, nesse período, em Chapada dos Guimarães e em Nobres. Não tem o que falar do Pantanal”, disse.
O ritmo constante da pandemia afastou a vinda de estrangeiros, principal turista no Pantanal e, quando voltou a subir a média diária de contágio, as medidas restritivas retiveram as atividades; é o caso atual.
De acordo com o sindicato, cerca de 250 guias turísticos estão parados desde o primeiro decreto baixado pelo governo do Estado no fim de março de 2020. Nesse intervalo, eles tentaram entrar nas linhas de empréstimo abertas para socorrer profissionais afetados, mas o cadastro foi reprovado por dívida.
Agora, tentam a linha financiada pelo Estado no cadastro de microempreendedor individual (MEI). Mas, a maioria, conforme o sindicato, trabalha como autônomo.
“Alguns têm vínculo empregatício, porque dividem o tempo com trabalho em outras áreas, mas porque são guias. Aqueles que sobrevivem com o turismo são autônomos”, afirma Susy Miranda.