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UBER: mortes anunciadas

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UBER: mortes anunciadas
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Kátia Valéria Nunes Bastos tinha 47 anos, trabalhava com o UBER no Rio de Janeiro. Foi estuprada e estrangulada dentro do seu carro. Na semana passada, em Santa Catarina, outro motorista também foi assassinado. Ontem, mais um foi baleado três vezes depois que já tinha entregado o carro para o criminoso no Rio Grande do Sul.

Outros incontáveis casos semelhantes pipocam pelo Brasil. Mortes previsíveis, anunciadas. São Fruto direto do resultado das políticas desarmamentistas, sejam elas em campo público ou privado. Em 2016, o UBER gritou em alto e bom som que seus motoristas e passageiros eram proibidos de portarem armas. Empresa privada: regra dela! Mas forçar cidadão cumpridores da lei de obedecerem a contratos livremente aceitos é fácil, difícil é fazer com que bandidos tenham a mesma compreensão.

Na época, 2016, escrevi um artigo sobre isso e afirmei que o crescimento de ataques aos motoristas cresceria. Aí está o infeliz acerto. Abaixo o artigo “Uber: se criminosos não respeitam a lei porquê respeitariam um contrato?”

“No dia 6 de novembro um policial militar que complementava seus parcos ganhos sendo motorista UBER – o que por si já é forte indicativo da boa índole do agente – foi rendido por três criminosos, sendo que dois deles estavam armados. Todo policial sabe que em uma situação assim há poucas alternativas, pois, uma vez que identificado, fatalmente seria executado pelos bandidos. Ele reagiu e matou os três criminosos!

Bom, não preciso dizer que a primeira coisa que aconteceu foi o pessoal dos direitos humanos para humanos não direitos saindo imediatamente em defesa dos criminosos, afirmando que o policial agiu com excesso… Vão se lascar! Muito fácil dizer isso quando não é você que está sob a mira de criaturas que não pensariam duas vezes para te colocar uma bala na nuca! Não bastasse isso, a própria Polícia Militar abriu um inquérito que pode resultar em penalidades ao policial, pois é defeso aos mesmos fazerem “bico”… Coisas do Brasil…

Quando você acha que não pode piorar, piora! O UBER vai e solta uma nota para a imprensa dizendo que excluiria o policial da plataforma, pois a empresa possui a regra de não permitir que motoristas e passageiros portem armas, nos EUA também é assim… Ou seja, um policial, juiz, promotor ou os raros abençoados com o porte de armas no Brasil não podem usar os serviços da empresa se estiverem armados! Em seu site a empresa diz:

“Armas de fogo: em um Uber, não!

A Uber trabalha constantemente para que todos que utilizam a plataforma – tanto os motoristas parceiros quanto os usuários – se sintam seguros e confortáveis usando o serviço. Durante uma viagem solicitada por meio do aplicativo, a Uber proíbe o porte de armas de fogo de qualquer natureza a bordo do veículo, tanto para motoristas parceiros quanto para usuários. Qualquer pessoa que viole esta proibição perderá o acesso à plataforma da Uber”.

A empresa tem todo o direito de gerir sua política como bem lhe aprouver, isso é fato. O que não pode esperar é que não haja duras críticas sobre isso, ainda mais quando a desculpa é tornar mais segura a vida do passageiro e do motorista. Difícil imaginar isso sabendo que os criminosos agora têm ciência de que todo UBER é uma “gun free zone”. Pelo menos na teoria…

Em suma, Clint Eastwood, o último cowboy autêntico de Hollywood, disse uma vez que alguém que acredita que um criminoso seguirá uma lei de controle de armas é algum tipo especial de idiota… Pois bem, fico imaginando então o tipo de pessoa que acredita que bandidos respeitarão um simples contrato!”

Bene Barbosa é especialista em segurança, escritor, presidente do Movimento Viva Brasil, palestrante, autor do best-seller Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento e instrutor convidado do Curso Básico de Armamento e Tiro do Projeto Policial.

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