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Turista na cidade de nascença

Em um lugar novo, nós automaticamente suspendemos a crença de que sabemos tudo e nossos olhos tudo observam e reparam

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Turista na cidade de nascença

Todos fomos turistas algum dia. Em uma nova cidade, em um novo ambiente de trabalho, em um novo país ou em uma nova casa. E, como turistas, nos comportamos de forma semelhante em cada um desses momentos.

Consegue me dizer a semelhança?

Em um lugar novo, nós automaticamente suspendemos a crença de que sabemos tudo e nossos olhos tudo observam e reparam. Ficamos atentos a cada novo detalhe. Ficamos atentos a tudo, porque tudo é novidade!

Nos deleitamos, inebriamos e aproveitamos até o momento de voltar para casa.

Pode ser que nesse momento, para alguns, haja um certo sabor amargo nesse regresso. Porque não importa o quão bela e rica seja a nossa realidade, temos a tendência de sempre transformar em ordinário o extraordinário, se o vemos diariamente.

É bem provável que, ao transformar em lar o seu “lugar novo”, logo ele perderia o brilho da surpresa e se tornaria comum também.

Chesterton imaginou a seguinte história: um aventureiro inglês em uma jornada rumo ao desconhecido, por um erro de cálculo, retorna à mesma ilha de onde partira – só que em um ponto diferente dela.

Por acreditar ser outro país, esse homem olharia tudo de maneira diferente. Apreciaria cada detalhe, ficaria atento a tudo, porque tudo seria novidade.

Eu acredito que esse seja nosso desafio: ser turista na cidade de nascença.

E por “cidade”, me refiro a qualquer realidade. Porque se não conseguirmos ver o extraordinário na vida ordinária, não o veremos de forma alguma.

E como disse Chesterton: “O mundo nunca sofrerá com a falta de maravilhas, mas apenas com a falta da capacidade de se maravilhar”.

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