Os Estados Unidos lançaram cerca de 60 mísseis Tomahawk em território sírio, no primeiro ataque do governo de Donald Trump ao país. Até o momento, seis mortos foram confirmados. Os mísseis foram disparados de navios de guerra no Mar Mediterrâneo.
O presidente americano disse que o ataque contra uma base aérea da Síria, na noite desta quinta-feira, foi de “vital importância” para os interesses de segurança nacional dos EUA, argumentando seu país precisa “prevenir e evitar a propagação e o uso de armas químicas mortais”.
Trump afirmou que “não há contestação de que a Síria usou armas químicas proibidas”, referindo-se à ofensiva que matou dezenas de pessoas no começo da semana. A TV estatal da Síria informou sobre ataque, dizendo que este foi um ato de “agressão” dos EUA.
O ataque surpresa marca uma reviravolta para Trump, que durante sua campanha rejeitou a ideia de os EUA serem arrastados para a guerra civil daquele país. Após o ataque químico, que matou inclusive crianças, o presidente disse que o ocorrido era uma “desgraça para humanidade” e que “ultrapassou muitos limites”.
O ataque acontece enquanto o republicano recebe o presidente chinês, Xi Jinping, em uma reunião em que devem discutir os lançamentos de mísseis pela Coreia do Norte. As ações de Trump na Síria podem sinalizar à China que o novo presidente não tem medo de tomar medidas militares unilaterais.
Mensagem tripla
O ataque recebeu “total apoio” do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Em uma nota divulgada nesta sexta-feira (7), o premiê afirmou que Trump “mandou uma mensagem forte e clara”, “em palavras e ações”, de que o “uso de armas químicas não será tolerado”. O embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Danny Danon, disse a uma emissora de TV que o ataque enviou uma “mensagem tripla”. Segundo Danon, o bombardeio avisa os sírios para pararem de usar armas químicas, envia um recado ao Irã e à Coreia do Norte e também comunica a comunidade internacional que “se a ONU é incapaz de agir nessas situações, nós agiremos”.
Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o ato foi uma “agressão a um Estado soberano em violação da lei internacional”. “O passo tomado por Washington causa dano significativo às relações entre Rússia e EUA, que já estavam num estado deplorável”, afirmou o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov. Putin classificou os ataques como uma tentativa de desviar a atenção de mortes de civis no Iraque e que os EUA agiram sob um “pretexto exagerado”. O governo russo não acredita que o ataque no início da semana tenha sido proposital. Para Putin, o governo sírio destruiu seus estoques de armas químicas.
Turquia, Arábia Saudita, Israel e Austrália foram alguns dos países que se declararam favoráveis ao bombardeio. Para a Turquia, o bombardeio foi “importante e significativo”. No entanto, o vice-primeiro ministro turco, Numan Kurtulmus, ressaltou a importância de adotar uma posição dura e persistente contra o presidente sírio Bashar Assad que o tornasse “incapaz de prejudicar seu povo”.
A Arábia Saudita classificou a ação dos EUA como uma “decisão corajosa”. Turquia e Arábia Saudita fazem oposição ao regime de Assad e têm apoiado a luta dos rebeldes contra o governo.
(Com Agência Estado)