Crônicas Policiais

Treinador pedia vídeos de alunos se masturbando para “analisar desenvolvimento muscular”

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Treinador pedia vídeos de alunos se masturbando para “analisar desenvolvimento muscular”

O treinador Clemente Borges Aranha, 31 anos, preso nessa segunda-feira (17) acusado de estuprar alunos, crianças e adolescentes, e guardar conteúdo pornográfico infantil, tinha uma estratégia para convencer os meninos a lhe enviarem vídeos íntimos.

Em seu celular apreendido durante a prisão, foram encontradas conversas e imagens em que ele solicitava que um menino “enviasse vídeos se masturbando e fotos com o órgão [sexual] ‘duro’, para analisar o desenvolvimento muscular do atleta”, consta no boletim de ocorrência.

Clemente, conhecido como Professor Willian, ainda depositou R$ 300 para a mesma vítima. O comprovante do depósito também foi encontrado em seu celular.

O suspeito foi preso no mini-estádio do Bairro Três Barras, em Cuiabá, após investigações da Polícia Civil comprovarem abusos sexuais cometidos por ele durante viagens com alunos para testes de futebol, em hotéis em que as crianças e adolescentes ficavam hospedados.

Quando preso, o treinador, segundo o boletim de ocorrência, pediu que a equipe fosse até sua casa para que ele deixasse seu veículo e afirmou que, na casa, entregaria uma lista com o nome de todos os atletas que fazem parte da “escolinha de futebol” em que dá aula.

Ele ainda autorizou que fosse retirado de sua casa um notebook, afirmando que a análise do computador portátil provaria “que as acusações não tinham fundamento”, consta no boletim.

O treinador Clemente Borges Aranha, conhecido como professor William (imagem divulgada pela PJC)

Outra denúncia

O Conselho Regional de Educação Física da 17ª Região (CREF17/MT) divulgou uma nota afirmando que, além dos abusos, Clemente também atuava ilegalmente como treinador de futebol, visto que ele não tem graduação e nem é credenciado junto ao conselho.

“Nós, inclusive, já havíamos recebido denúncias contra a atuação ilegal dele e já estávamos em busca de notificá-lo por esse trabalho, que é exclusivo de profissionais habilitados. Nossos fiscais já tinham ido algumas vezes até os locais onde esse indivíduo treinava esses meninos, mas nunca o encontravam, pois ele sempre dava um jeito de sair do local antes de ser pego em flagrante”, contou o presidente do órgão, Carlos Alberto Eilert.

A escolinha em que o suspeito dava aula atende crianças e adolescentes entre 8 e 16 anos, do sexo masculino, dos bairros Dr. Fábio, Três Barras e Novo Horizonte, todos de Cuiabá.

“Ele não pode, em hipótese alguma, dar aulas em qualquer lugar que seja, por isso é importante os pais dessas crianças que participam de qualquer tipo de escolinha de esportes verifiquem se o professor é credenciado junto ao CREF17/MT”, afirmou Eilert.

Outras vítimas

Há a suspeita de que dezenas de alunos tenham sofrido abusos sexuais por parte do professor. Por isso, a Polícia Civil divulgou fotos e o nome do suspeito, pedindo que mães dessas possíveis vítimas procurem a Deddica para realizar a denúncia, registrando um boletim de ocorrência. A delegacia está localizada na Avenida Dante Martins de Oliveira, s/n, (anexo ao Complexo Pomeri), no Bairro Planalto, em Cuiabá.

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