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Trabalho escravo: Chapada dos Guimarães é a sexta colocada no ranking de 2019

Das 1.054 pessoas resgatas no país em ações de fiscalização, 42 estavam no município mato-grossense

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Trabalho escravo: Chapada dos Guimarães é a sexta colocada no ranking de 2019
Imagem Ilustrativa (Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

Chapada dos Guimarães, localizada a 60 quilômetros de Cuiabá, é o sexto município do país onde mais pessoas foram encontradas em situação de trabalho análogo à escravidão.

Os dados são refentes a 2019 e constam no Radar da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), mantido pelo Ministério da Economia.

De acordo com o levantamento, das 1.054 pessoas resgatas, 42 estavam no município mato-grossense.

  • Uruará (PA) – 87 resgatados
  • Brasília (DF) – 64 resgatados
  • São Paulo (SP) – 52 resgatados
  • Arcoverde (PE) – 50 resgatados
  • Santa Luzia (MG) – 43 resgatados

O Radar SIT reúne dados desde 1995 e aponta que, no acumulado desses anos, São Félix do Xingu, no Pará, é a cidade líder do ranking: 1.103 pessoas foram resgatadas por lá.

Mas o Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas aponta que o município paraense pode estar no topo apenas porque, por lá, ocorreram mais ações de fiscalização.

Segundo o Observatório, a cidade campeã do Brasil – pelo menos até 2018 – era Confresa, que fica a 1.160 quilômetros de Cuiabá.

132 anos após a abolição…

O Radar (SIT) aponta que 267 estabelecimentos espalhados pelo país foram fiscalizados ao longo de 2019. E em 111 deles foram encontradas situações de trabalho análogo à escravidão.

O número representa quase 42% dos locais fiscalizados.

O levantamento apresentado nesta terça-feira (28) aponta ainda que, no ano passado, o número de denúncias aumentou. Foram 1.213 em todo o país, enquanto que em 2018 elas somaram 1.127.

Somente o Ministério Público do Trabalho (MPT) tem atualmente 1,7 mil processos de investigação dessa prática e de aliciamento e tráfico de trabalhadores.

Chapada dos Guimarães

Em Chapada dos Guimarães, dois estabelecimentos foram fiscalizados, o que resultou no achado de 42 pessoas trabalhando em situação irregular.

Os tipos de trabalho que escravizavam essas pessoas eram serviços domésticos e especializados em construção.

Do total de pessoas resgatadas, três conseguiram acesso a guias para o pagamento do seguro-desemprego.

E a média das verbas rescisórias pagas a esses trabalhadores chegou a R$ 7,5 mil.

Rural e também urbano

O meio rural continua concentrando o maior número de registros de trabalho semelhante ao escravo. Eles totalizaram 87% dos casos. Mas o trabalho urbano também fez 120 vítimas no país.

Nas cidades, a maior parte das vítimas trabalhava no setor de confecção de roupas (35). Também houve registros na construção civil (18), em serviços domésticos (14), construção de rodovias (12) e serviços ambulantes (11).

No total, os trabalhadores resgatados receberam mais de R$ 4 milhões em verbas salariais e rescisórias e 915 contratos de trabalho foram regularizados.

(Com Agência Brasil)

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