Vice-líder do presidente Jair Bolsonaro na Câmara Federal, o deputado José Medeiros (Pode) usou mais uma vez o Twitter nesta quarta-feira (31) para aconselhar o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil a fugir do país.
Segundo Medeiros, ao divulgar as conversas do aplicativo Telegram recebidas de uma fonte anônima o jornalista teria cometido crime de receptação, já que as conversas foram desviadas por meio de uma invasão à conta do ministro da Justiça Sérgio Moro e outras autoridades.
Para Medeiros, Glenn abusa da sorte e diz que as coisas começam a se complicar para o jornalista.
Eu aconselho o @ggreenwald a fugir, pois pelo nosso ordenamento jurídico ele cometeu crime de receptação, não foi preso é famoso, poderoso tem poder de pressão mas o crime está ali cristalino preto no branco. Entretanto as coisas começam a se complicar, ele abusa da sorte.
— JOSÉ MEDEIROS (@JoseMedeirosMT) July 31, 2019
Por outro lado, em defesa de Glenn, na terça-feira (30) uma série de artistas e jornalistas participaram de ato convocado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro.
Na oportunidade, Glenn disse que não deixará o país e que seu trabalho não tem a ver com posicionamento político, mas com democracia.
Glenn tem se apegado à Constituição de 1988 que no seu artigo 5° garante a liberdade de expressão, veda o anonimato, mas resguarda o sigilo da fonte e no 220° que garante a liberdade de imprensa e veta a criação de meios para impedir publicação jornalistica.
Apesar dos acusados presos preventivamente pela Polícia Federal, na Operação Spoofing declararem que são as supostas fontes que repassaram os dados ao jornalista, Glenn nunca confirmou tal informação.