Associo a criação de um texto com uma gestação. Primeiro vem uma luz, aquele sopro de inspiração divina ou uma ideia concreta vinda do mundo, que se mistura ao nosso pensamento. Pronto. Está formado o embrião.

Assim como em qualquer gravidez, o processo é longo e extenuante.

Ninguém começa e já sabe o resultado final. Pode haver alguma complicação, um aborto espontâneo ou algo inesperado.

Muitos morrem no início. Outros na metade. Já alguns bem no fim.

Alguns são desejados. Outros não planejados. E tem os totalmente inesperados. Mas a pulsação de vir à vida está ali.

No início, nem sabemos como será o desenvolvimento. Apenas imaginamos.

O processo pode ser tranquilo, sem grandes problemas. Muitas vezes, o ato da criação pode ter sintomas, como o de uma gravidez.

Enjoo. Náusea. Dor de estômago. Cansaço. Medo.

E ansiedade. Muita ansiedade.

Será que vou gostar? Será que vai ter vida longa e ser amado?

As dúvidas. Ah! As dúvidas. Será que estou colocando conteúdo suficiente para seu crescimento? Vai mudar minha vida?

Uma longa espera. Um trabalho árduo. Um processo. Uma construção.

Alguns são naturais. Outros têm dia marcado. Outros têm que ser tirados à força. Uns ficam na incubadora até serem fortes o suficiente para viver sozinhos.

O nascimento é uma certeza de que um ciclo finalizou e outro vai começar.

Para mim, textos são como gente. Adquirem vida própria. Nunca estão prontos. Sempre podem ser aprimorados.

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