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“Tema meio estranho, difícil e fiquei bem nervosa”, diz estudante nota mil em Redação

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“Tema meio estranho, difícil e fiquei bem nervosa”, diz estudante nota mil em Redação

Quando um filho tem alguma vitória, é comum ouvirem dos pais a frase “eu já esperava que você fosse conseguir”. Mas não foi essa a reação dos pais da Gabriela Arenhart, de 21 anos. Ela foi a única estudante de Mato Grosso, e uma das 55 pessoas em todo o país, a tirar nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018, que teve como tema a “manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”.

“Eles ficaram muito felizes, mas, na verdade, ninguém acreditou. Eles esperavam que eu fosse tirar uma nota boa, mas não um mil. Todo mundo ficou bem surpreso”, revelou a estudante, ao LIVRE. Gabriela contou que já fez a prova seis anos seguidos, já que treina para passar em Medicina desde o segundo ano do Ensino Médio. Apesar de ver sua melhora nas demais disciplinas, nas quais a cada ano conquista notas mais altas, ela não esperava tirar a pontuação máxima na redação.

“Eu cheguei a comentar com as minhas amigas que eu não sabia se tinha ido bem, porque foi um tema meio estranho, difícil e eu fiquei bem nervosa quando vi, mas, ao longo da prova consegui me acalmar”, comentou. Por medo de ter escrito “besteira”, ela sequer mostrou o rascunho para o professor de redação do Farina, onde ela fez o cursinho preparatório no ano passado, em Cuiabá.

Uma boa estrutura

Gabriela revelou que, no cursinho, um tema semelhante já foi abordado durante as aulas. Por lá, o professor apresentava, semanalmente, um assunto diferente para os estudantes. Assim, ela conseguiu trabalhar o tema com base no que já havia lido.

A estudante também contou que fez bastante simulados e treinos de redação para se preparar para o vestibular. Dessa forma, conseguiu se manter na estrutura exigida pelo Enem e se dar bem. “Eu não estava familiarizada com o assunto, e senti um pouco de dificuldade, mas já conhecia o modelo de redação, que é sempre a mesma coisa de fazer tese, defender a opinião e fazer uma proposta de intervenção”.

Além da rotina de uma redação por semana, Gabriela também tinha uma rotina de estudos pesada: começava às 8h e só terminava entre 20h e 22h. “Variava o horário que eu parava, mas sempre era mais de 10 horas por dia”, contou. Ela fazia o cursinho durante o dia, continuava com revisões à noite, e, nos finais de semana, focava nas redações.

Para ter acesso às correções e comentários da prova escrita, Gabriela ainda vai precisar esperar até março, quando o espelho da redação deverá ficar disponível aos estudantes. E para saber se vai garantir uma vaga na universidade pretendida, ela também precisará aguardar até a próxima segunda-feira (28), quando o resultado final será publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Apesar disso, se mantém confiante.

A futura universitária confessou que não tirou as notas que gostaria nas demais áreas do Enem, mas acredita que, neste ano, deverá conquistar sua tão sonhada vaga em Medicina, seja na primeira, segunda ou terceira chamadas.

Persistência

De acordo com a estudante, que abdicou das redes sociais para perseguir o objetivo (e tornou mais difícil chegar até ela as mensagens de “parabéns”), qualquer pessoa que tem um sonho deve se manter persistente.

Ao longo das tentativas, ela já teve algumas conquistas. Foi aprovada para Medicina em instituições privadas, passou para outros cursos em instituições públicas, mas, devido ao custo elevado de uma universidade particular, manteve o foco nas principais universidades públicas de Mato Grosso: UFMT e Unemat – dessa forma ela também consegue ficar perto da família.

Dicas

Com base nas experiências, a estudante dá dicas àqueles que ainda vão enfrentar o vestibular. “Tem que ter persistência, paciência, se dedicar bastante. Tem que ter fé que você pode alcançar uma nota muito boa também, e contar com o apoio dos pais e dos amigos. Mas também tem que prestar bastante atenção nas dicas de redação e ter organização no texto para você desenvolver bem sua tese e seus argumentos”, finalizou.

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