Em um pronunciamento que durou pouco mais de cinco minutos, o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, disse que sairá do cargo deixando prontos para serem implementados no país dois planos para o enfrentamento à pandemia da covid-19.
O primeiro deles, segundo Teich, é destinado a governadores, prefeitos e secretários de Saúde. Conteria informações sobre o que está ocorrendo atualmente no Brasil e pode ser usado como parâmetro para a tomada de decisões daqui para frente.
O segundo, é um programa de testagem rápida para o novo coronavírus. Algo que Teich já sustentava ser fundamental para entender e combater a pandemia no país logo que assumiu o posto, em meados de abril.
Embora tenha permanecido pouquíssimo tempo no cargo, Teich disse que iniciou um plano estratégico no Ministério da Saúde e foi enfático ao afirmar que ele precisa ser seguido.
Embate com o presidente
O ex-ministro não falou em seu pronunciamento sobre o que lhe motivou a deixar o cargo. Na imprensa nacional, as especulações giram entorno do protocolo para o uso da cloroquina como medicamento contra a covid-19.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro quer que o remédio seja usado também nos casos mais leve e primeiros sintomas da doença, o ministro seria contra. Hoje, a cloroquina é usada somente em pacientes com quadro de saúde mais grave.
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Teich sequer citou tal polêmica, mas iniciou seu pronunciamento enfatizando que o “time” do Ministério da Saúde sempre esteve ao seu lado. “Um grande time. Sempre trabalharam intensamente por esse país”, disse.
Em sua única menção ao presidente, Teich agradeceu a oportunidade de assumir o Ministério. Disse que era algo “muito importante” para sua carreira, mas que não aceitou o convite pelo cargo em si, mas porque achou que “poderia ajudar o Brasil”.
Nelson Teich deixou o local do pronunciamento sem abrir espaço para responder as perguntas dos jornalistas.