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Técnicos estrangeiros, porque virou moda entre os times brasileiros

Em apenas 4 anos, o número de técnicos estrangeiros atuando no Brasil quase dobrou

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Técnicos estrangeiros, porque virou moda entre os times brasileiros

Se os brasileiros jogam o melhor futebol do mundo, por que os técnicos que atuam no Brasil são, cada vez mais, estrangeiros? Talvez essa afirmação esteja com os dias contados.

As duas últimas Libertadores foram vencidas por times brasileiros que contam com técnicos gringos. No ano passado, o português Abel Ferreira conduziu o Palmeiras ao seu segundo título no campeonato, 21 anos após a primeira vitória. Em 2019, a vitória foi do Flamengo, clube do também português Jorge Jesus.

O Santos também se deu bem ao apostar em um técnico gringo: em 2019, terminou em 2º lugar no Brasileirão com o argentino Sampaoli, apesar de um elenco mediano. No ano seguinte, levou o Atlético para a 3ª posição, antes de partir para a Europa, onde está comandando o Olympique de Marseille.

Foi com a inesperada e inédita vitória de um técnico gringo no mais importante campeonato do continente que a “invasão” dos estrangeiros aconteceu no futebol brasileiro.

Em 2020, 7 times nacionais tiveram estrangeiros como técnicos. O recorde antes eram 4, em 2016.  Atualmente, entre os melhores clubes brasileiros, contam com técnicos gringos:

  • Palmeiras, que continua com o português Abel Ferreira;
  • São Paulo, com o argentino Hernan Crespo, que chegou logo após vencer a Sul-Americana com um time considerado fraco em seu país de origem;
  • Internacional, treinado pelo espanhol Miguel Angel Ramirez, vencedor da Copa Sul-Americana em 2019 com o Independiente del Valle. Ele vinha há algum tempo sendo cogitado em clubes brasileiros.

O que está acontecendo com os técnicos brasileiros?

Nos anos 2000, era comum técnicos brasileiros irem para fora treinar equipes inclusive na Europa.

Felipão, por exemplo, já treinou Chelsea e Seleção Portuguesa. Luxemburgo treinou os galácticos do Real Madrid, um time que contava com Ronaldo, Zidane, Beckham, Figo, em um dos melhores elencos das últimas décadas.

No caso de Luiz Felipe Scolari, estamos falando de um profissional com 52% de aproveitamento em sua carreira, mais de 25 títulos conquistados, algumas dezenas de premiações, inclusive uma indicação ao ao prêmio de melhor técnico do mundo no século XXI pela Globe Soccer Awards, no qual ficou em 8º lugar. Vanderlei Luxemburgo não fica atrás na disputa e apresenta um histórico tão impecável quanto o colega ao longo dos anos.

Ou seja, são técnicos “das antigas” que já viveram de tudo, já se realizaram profissionalmente e, talvez, não tenham fôlego para se adaptar ao futebol atual.

Já na “nova safra”, poucos brasileiros se firmaram na posição. As exceções são Renato Gaúcho, que ficou quase cinco anos no Grêmio e liderou o time rumo a vitórias, e Rogério Ceni, que já garantiu o Brasileirão do Flamengo no último ano, segue fazendo um bom trabalho com o time.

O histórico de Ceni contribui para o seu sucesso: após se aposentar da meta são-paulina, passou um período estudando com técnicos europeus, inclusive com o espanhol Pep Guardiola, considerado o melhor do mundo.

Por que os brasileiros estão sendo substituídos?

Respondendo à pergunta que iniciou este texto, o Brasil tem ficado atrás no futebol ao apostar em treinadores que não acompanham a evolução do esporte.

A maneira de jogar futebol naturalmente vai mudando com o tempo, e muitos dos brasileiros meio que estacionaram no passado, sem aderir aos conceitos táticos do que chamamos de “futebol moderno”.

Já a geração de profissionais gringos vem com uma forte cultura de estudar a tática e estes novos conceitos do futebol, o que se mostrou certeiro para o sucesso dos clubes. Enquanto isso, os brasileiros são mais resistentes a esse tipo de atitude.

Entre as ideias novas trazidas pelos estrangeiros, há mais intensidade no jogo, um padrão bem mais comum no futebol europeu.

Além disso, fora do Brasil os cursos teóricos são amplamente difundidos. As grandes universidades portuguesas possuem uma vasta literatura para a evolução do jogo, enquanto que, por aqui, esses materiais são escassos.

A CBF começou a se preocupar no que diz respeito a cursos e formações. Se na Europa não é possível atuar sem as licenças, no Brasil, qualquer um que já tenha pisado em algum vestiário pode ser técnico.

Talvez com esse movimento positivo para o futebol brasileiro, o país volte a ser referência no esporte, não apenas em relação a conquistas e grandes jogadores, mas com uma bem sucedida nova safra de técnicos. Aproveite esse momento positivo e faça sua fezinha na KTO apostas online.

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