O governador Pedro Taques (PSDB) disse que continuará a investir em incentivos fiscais para cadeias produtivas, e não em incentivos a empresas individuais, se for reeleito. Durante encontro dos candidatos ao governo na Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), ele disse que incentivos individuais favorecem apenas os “amigos do rei”, e destacou as fraudes ocorridas no governo do seu antecessor, Silval Barbosa, que vieram à tona com operações e delações.
“Um Estado que vendia incentivos fiscais, concedidos por meio de decretos fraudados dentro do gabinete do governador. Nós corrigimos o programa de incentivos para atender às cadeias produtivas”, afirmou, na manhã desta segunda-feira (17).
O tucano defendeu que Cuiabá se torne um polo para industrialização da produção do Estado. “Não vamos plantar soja em Cuiabá. Tem que verticalizar a produção aqui”, observou.
Ele disse que não pode prometer reduzir imediatamente a alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da energia elétrica e do óleo diesel, como cobra o setor da indústria. No entanto, admite a possibilidade de discutir o imposto sobre energia a partir do segundo ano de governo.
“Seria muito fácil eu chegar aqui e mentir aos senhores. Mas Mato Grosso não tem condições de reduzir o ICMS da energia no ano que vem, sob pena de diminuirmos a arrecadação e a prestação de serviços públicos. A partir de 2020 é possível debater com a sociedade”, disse.
O tucano destacou, também, que tentou fazer uma reforma tributária. No fim de 2016, o texto enviado à Assembleia Legislativa foi retirado pelo próprio governo, depois de ser rejeitado pelo setor empresarial. No entanto, Taques disse que paralisou a reforma estadual em função da reforma tributária nacional, que discute a adoção do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
Ele disse, ainda, que é favorável à Lei Kandir, que isenta de impostos os produtos primários destinados à exportação, mas cobra uma compensação maior por parte do governo federal.
O governador destacou também os problemas financeiros do governo. “Mato Grosso tem problemas de fluxo de caixa. Não é um Estado que vai quebrar daqui para a frente”, afirmou.