Consumo

Talibã, guerra comercial, inflação. O que afeta os preços do gás de cozinha e dos combustíveis?

Cenário brasileiro de alta nos preços é motivado pela política de preços da Petrobrás e conflitos internacionais

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Talibã, guerra comercial, inflação. O que afeta os preços do gás de cozinha e dos combustíveis?

O gás de cozinha vai aumentar novamente em setembro. A partir de quarta-feira (1º), o preço do botijão de 13 kg terá aumento entre 7% e 8% em Mato Grosso, por revisão da recuperação de margem e inclusão de dissídios trabalhistas da área. 

O novo reajuste fará o preço médio ficar acima de R$ 115. E a tendência é que o preço continue em alta pelos próximos meses. 

A previsão tem a ver com série de questões políticas que remetem ao segundo mandato de Dilma Rousseff, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a pandemia e o mais recente conflito no Oriente Médio, no Afeganistão especificamente. Além, da inflação interna.

Conflitos no Oriente Médio e nos EUA

O mestrando em economia pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Fernando Henrique da Conceição Dias, diz que o preço das commodities de combustíveis passou ter paridade de preço internacional (PPI) no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. 

Essa condição passou a associar o preço dos combustíveis e do gás de cozinha (GLP) à variação do mercado internacional. A cada nova mudança que ocorre lá fora, a Petrobrás, pela regra, precisa se adaptar para não entrar no prejuízo. 

“Qualquer coisa que acontece lá fora, principalmente nas áreas dos países exportadores de petróleo afeta o preço aqui no Brasil. O conflito de agora lá no Oriente Médio com certeza vai afetar nos preços, porque a situação de exploração e distribuição do petróleo no Afeganistão vai afetar o preço do barril”, afirmou o mestrando. 

Ele diz que o outro cenário de fora que continua a afetar os preços no Brasil é guerra comercial entre os EUA e a China, iniciada em 2017. Os países decidiram tarifar produtos sem impostos.

Petrobrás, pandemia e inflação

O problema interno seria o desconcerto econômico gerado pela pandemia e os juros dos preços. O cenário fez a inflação e o poder de compra dos brasileiros cair. O confronto do cenário externo e com o interno é refletido na desvalorização da moeda nacional. 

“O real é a pior moeda hoje em relação ao dólar. Isso acontece porque os preços estão subindo e é necessário mais real para equiparar o valor. Para o 68% dos trabalhadores que vivem até com dois salários mínimos isso é catastrófico porque estão perdendo o poder de compra”, disse o economista Fernando Henrique. 

As saídas seria o governo federal mexer nos preços na Petrobrás ou a própria estatal baixar preços. Porém, segundo ele, as questões passam por problemas políticos delicados.  

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, deste ano subiu de 7,11% para 7,27%, conforme o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (30).  

É a 21ª elevação consecutiva na projeção. A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%. 

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