O Tribunal do Júri, realizado nessa terça-feira (17), absolveu Jovelino Lopes Viegas, conhecido como Barba, das acusações dos homicídios de Kelly Araújo da Silva, 13, e Keverson Araújo da Silva, 8. Os irmãos foram mortos em Cuiabá, em 2004.
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE), em 2011, “no dia 6 de dezembro de 2004, em um matagal, próximo à avenida Antártica, no Jardim Colorado, Jovelino, por meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa, matou as vítimas e”, narrou o texto. “[…] em seguida, ocultou seus cadáveres”, finaliza o trecho destacado na sentença judicial.
Falta de provas
Contudo, por conta do decorrer das investigações e o trâmite processual, a promotoria pediu pela absolvição de Jovelino.
O defensor público Marcus Vininicius Esbalqueiro, que atuou na defesa do réu, explica que a confissão feita por Jovelino, em meados de 2010, quando foi preso, era com relação a outro crime. Também duplo homicídio das irmãs Kelly Priscila da Silva Rosa, 13, e Luana Natielly da Silva Parteck, 8, em General Carneiro ( a 452 km de Cuiabá).
“Ele confessa a autoria desse crime. As datas deles são bem próximas, o de Cuiabá foi em dezembro de 2004 e o de General Carneiro, em janeiro de 2005. E ainda tem o fato do nome de duas vítimas ser o mesmo, Kelly”, pontua Esbalqueiro. Há ainda falhas quanto a datas também.
Além disso, a mãe das vítimas de Cuiabá e a melhor amiga de Kelly Araújo, ouvidas durante o julgamento negaram conhecer ou já ter visto Jovelino no bairro onde aconteceu o crime.
Dessa forma, com as provas inconsistentes, o júri decidiu pela absolvição, atestada pela juíza Monica Catarina Perri Siqueira.
Novas investigações
Com esse resultado, o MP solicitou que a Polícia Judiciária Civil (PJC) reabra o caso e investigue novamente as mortes dos irmãos Kelly e Keverson.
Ainda preso
Apesar da absolvição, Jovelino não estará em liberdade. Ele está em cumprimento de pena pelo crime que vitimou as irmãs Kelly e Luana. As meninas foram estupradas, estranguladas e enterradas próximo a um rio.
Jovelino sentenciado a 69 anos de prisão e está detido em Rondonópolis (212 km de Cuiabá).