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Suposto caso de violência obstétrica no HGU vai ser investigado por Conselhos

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Suposto caso de violência obstétrica no HGU vai ser investigado por Conselhos
Hospital Geral Universitário (Foto: Reprodução)

Os órgãos fiscalizadores da Medicina e Enfermagem já investigam o caso do bebê Pedro Henrique Lacerda, que morreu em menos de 15 dias depois que nasceu, no Hospital Geral Universitário, em Cuiabá. A mãe da criança, Luana Lacerda, de 21 anos, denuncia violência obstétrica e acusa os profissionais de erro médico.

O caso aconteceu no dia 7 de julho, quando Luana chegou na unidade médica para dar a luz ao bebê. Ela permaneceu em trabalho de parto por 13 horas, até que os enfermeiros perceberam que ela não tinha dilatação suficiente para fazer parto normal. No entanto, naquele momento, o bebê já não tinha batimentos cardíacos.

Luana foi encaminhada às pressas para o centro cirúrgico, onde, antes mesmo de a anestesia fazer efeito, os médicos retiraram o bebê – por parto normal.

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Conforme a denúncia dos pais da criança, Pedro Henrique nasceu morto, mas foi colocado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, onde ficou por 13 dias. Durante todo o tempo, o recém-nascido não apresentou nenhuma melhora.

Quando resolveu expor o fato, na segunda-feira (23), Luana acusou o hospital de negligência e violência obstétrica. Disse que a equipe médica foi alertada várias vezes sobre as dores fortes e sua incapacidade de parto normal. Ainda assim, teriam resolvido ignorar.

[featured_paragraph]A presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT), Maria de Fátima de Carvalho, disse que o órgão vai apurar as circunstâncias do caso. Segundo informou, deverão ser solicitados desde os documentos e prontuários do pré-natal até o prontuário de atendimento no Hospital Geral Universitário. Não há previsão de quando a documentação será encaminhada para a instituição.[/featured_paragraph]

Nessa quarta-feira (25), o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-MT) também se manifestou sobre o caso. Por meio de nota, disse que as investigações sobre o envolvimento de enfermeiros no caso já estão em andamento.

Conforme informou, o departamento de Fiscalização da instituição também vai analisar as documentações referente ao caso para observar se houve responsabilidade da equipe médica no caso e, posteriormente, adotar medidas cabíveis.

Confira a nota da entidade abaixo:
O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) informa que já deu início às investigações sobre a possível participação de profissionais de Enfermagem no atendimento à paciente Luana Lacerda, que denunciou a equipe médica do Hospital Geral Universitário (HGU) por negligência na realização do parto de seu filho, o que teria causado a morte da criança na última sexta-feira (20), depois de complicações e algumas semanas de internação.

Segundo o Departamento de Fiscalização do Coren-MT, os procedimentos de investigação serão baseados nas informações do prontuário médico e do Boletim de Ocorrência. Pela análise destes documentos, será possível observar qual a responsabilidade assumida por cada profissional e, a partir daí, tomar as medidas cabíveis, que podem incluir a instauração de processo ético.

Há outros casos de violência obstetrícia em investigação no Coren Mato Grosso, os quais tramitam em sigilo. Para além da fiscalização, o Conselho zela pela boa atuação do profissional na área obstétrica. Por exemplo, no passado aprovou a proibição da participação de profissional de Enfermagem na realização de um procedimento voltado à aceleração do parto, a manobra de Kristeller, método que consiste na pressão sobre o ventre da parturiente, cujo uso é desaprovado pela Organização Mundial da Saúde, pelo Ministério da Saúde e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.

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