Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou o recebimento da denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pelos crimes de corrupção passiva e por obstrução à Justiça. O inquérito teve origem na delação do empresário Joesley Baptista, do grupo J&F.

A votação ocorreu nesta terça-feira, 17, durante sessão da Primeira Turma do STF. Os ministros Marco Aurélio Mello, Luís Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Alexandre de Moraes decidiram aceitar denúncia contra o tucano.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Aécio de receber ilicitamente R$ 2 milhões de Joesley Batista,  do grupo J&F, e de atrapalhar as investigações em torno da Operação Lava Jato.

O relator do caso, o ministro Marco Aurélio, disse existir indicativos de solicitação de vantagem indevida por parte do tucano, com auxílio da irmã Andrea Neves e de outros dois.

A denúncia

O subprocurador Carlos Alberto Coelho, da Procuradoria-Geral da República (PGR), rebateu os argumentos levantados pela defesa do senador sobre nulidades do acordo de delação da JBS em função da participação do ex-procurador Marcelo Miller na suposta orientação a Joesley Batista durante o período em que estava na PGR.

Sobre a gravação na qual Aécio faz o pedido de ajuda financeira ao empresário, o procurador disse que o empresário foi procurado pelo acusado, dessa forma, o fato mostra que não houve ilegalidade na obtenção da prova.

“Essa gravação feita por Joesley apenas registrou a conduta de Aécio de fazer a solicitação sobre a quantia de R$ 2 milhões, renovando pedido antes feito por sua irmã, Andrea, o que tecnicamente está longe de configurar o apregoado flagrante provocado”, argumentou.

A PGR também defendeu o recebimento da denúncia contra Andrea Neves, irmã do senador, o primo dele, Frederico Pacheco, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), suposta participação no recebimento dos valores.

Segundo a denúncia, apresentada há mais de 10 meses, Aécio solicitou a Joesley Batista, em conversa gravada pela Polícia Federal (PF), R$ 2 milhões em propina, em troca de sua atuação política. O senador foi acusado pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot dos crimes de corrupção passiva e tentativa de obstruir a Justiça.

Na acusação de obstrução da Justiça,  segundo a PGR, o senador teria feito pressões sobre o governo e a Polícia Federal para escolher os delegados que conduziriam os inquéritos da Lava Jato e também de ações vinculadas à atividade parlamentar, a exemplo de interferência para a aprovação do Projeto de Lei de Abuso de Autoridade (PLS 85/2017) e da anistia para crime de caixa dois.

 

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes