As chuvas que alagaram as lavouras no início de março, em Sorriso (420 km de Cuiabá), causaram prejuízos superiores a R$ 2 bilhões. A estimativa é da prefeitura, que decretou situação de emergência por causa das perdas.
Para além dos prejuízo financeiro, as chuvas intensas nos últimos 45 dias também avariaram estradas, colocando em risco o acesso à educação e à saúde.
“Tem sido difícil e estamos somando esforços para amenizar a situação nesse momento de ainda mais incertezas, em um período já marcado pela perda de vidas e pela insegurança sanitária e financeira trazida pela covid-19”, afirma o prefeito Ari Lafin (PSDB).
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Decreto de emergência
Por causa dos estragos, Lafin decretou situação de emergência. O documento estima os prejuízos em cerca de R$ 1,5 bilhão para o setor privado e em R$ 850 mil para o setor público.
O decreto torna menos burocrático o processo para recuperação da infraestrutura logística, por dispensar a necessidade de licitação para recuperar pontes e estradas. Além disso, o documento garante aos produtores a oportunidade de renegociar contratos e dívidas.
Questões climática
No início do ano, o veranico – período de estiagem e sol em excesso – registrado em janeiro já havia colocado a pulga atrás da orelha dos agricultores.
Junto com a perda de produtividade, havia o receio de que a chuva viesse acumulada no período da safra. Foi o que aconteceu. A estimativa é de que tenha chovido mais de 800 milímetros no período citado.
Além do solo encharcado, a janela do ciclo produtivo da planta também torna arriscado o plantio da segunda safra. O boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), emitido no dia 5, já apontava um atraso de 30% em todo o Estado.
Para o representante do Sindicato Rural de Sorriso e delegado da Aprosoja, Tiago Stefanello, o documento representa um alento e uma importante ferramenta de negociação para os produtores. “É o momento de negociar, de dialogar e buscar uma forma de reduzir este impacto”.
(Com Assessoria)