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Somos todos sobreviventes

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Somos todos sobreviventes
(Foto: Divulgação/Pixabay)

Sou apaixonada por histórias de sobreviventes. Afinal, não somos todos? Sobreviventes de crises. De guerras reais. De crises imaginárias. De casamentos difíceis. De oportunidades perdidas. De um mundo de vale-tudo.

Somos, afinal, todos sobreviventes.

Pode ser algo pequeno, como uma separação. Pode ser algo grande, como uma doença. Pode ser algo gigante, como uma morte. Ou várias delas.

Somos, afinal, todos sobreviventes.

[featured_paragraph]Uma amizade que se desfez no passado. Um amor que não se materializou. Um filho que não veio. Um emprego que não vingou.[/featured_paragraph]

Somos, afinal, todos sobreviventes.

Nas últimas semanas, debrucei-me sobre histórias que falam da vida após uma tragédia. Relatos de sobrevivência que tanto me encantam.

O primeiro, Promise me, Dad: A Year of Hope, Hardship and Purpose foi escrito pelo ex-vice-presidente norte-americano, Joe Biden, que perdeu o filho mais velho, vítima de um câncer. Aqui, você vai entender que a doença, apesar de sua natureza quase sempre fatal, é democrática: não escolhe raça, credo nem posição social.

Um depoimento comovente, que também me fez questionar a naturalidade com que Biden trata de assuntos de guerra e paz. E que ter acesso aos melhores centros de pesquisa do mundo não significa vencer a doença. Um relato emocionante de um pai que sofreu a maior das perdas: a vida de um filho. E seu segredo para seguir no serviço público e focar nas questões do presente e do futuro, apesar da dor.

O outro livro é também sobre uma outra tragédia. Em The End of Normal, Stephanie Madoff Mack nos conta como é passar de uma vida de conto de fadas para um drama estampado nas páginas policiais. Stephanie é nora de Bernard Madoff, o investidor norte-americano que deu um golpe em milhares de pessoas do mundo inteiro com sua promessa de ganhos vultosos no mercado financeiro.

O esquema de Madoff foi descoberto em 2008, quando seus filhos o denunciaram às autoridades. As consequências dos seus atos são arrepiantes e estão todas no livro: a prisão de Madoff, as tormentas de seus filhos, o desespero da família para fazer sentido de tudo o que aconteceu.

Um mergulho na selvageria do capitalismo dos EUA e o impacto na vida de suas vítimas. Ainda assim, a esperança de que nem todo crime segue impune naquele país.

Quis me debruçar em histórias de gente que sobrevive ao impensável, gente que teve a coragem de levantar da cama e lutar, mesmo quando o mundo desabava. Gosto de sobreviventes. Eles nos inspiram e mostram que a resiliência é um dos traços mais poderosos da raça humana.

Afinal, somos todos sobreviventes.

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