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BIM: Nova metodologia de projetos de engenharia e arquitetura reduz custos e pode barrar superfaturamentos

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BIM: Nova metodologia de projetos de engenharia e arquitetura reduz custos e pode barrar superfaturamentos
Software permite a projetos orçamentos precisos e menos erros

Um  novo método de criação e execução de projetos na construção civil,  plenamente utilizado em países como os Estados Unidos, Inglaterra e Finlândia, dentre outros, já é realidade em Mato Grosso. Neste mês a ferramenta que vai revolucionar o ramo da construção no Estado foi apresentada em um evento especial a profissionais da arquitetura, engenharia de estruturas, de instalações e infraestrutura que operam nos principais escritórios da cidade.

A nova metodologia é a evolução do processo tradicional que até então tinha no AutoCad o seu modelo mais famoso. Antes, o processo era baseado em um “desenho” e, agora, em um “modelo” que busca uma representação virtual do projeto.

Dois jovens empreendedores, os engenheiros civis Ademir José Moraes e Rodrigo Senra são os grandes responsáveis por trazer essa inovação ao cenário mato-grossense. Eles estão à frente da única empresa certificada para treinamento e revenda de soluções Autodesk BIM no Estado.

Segundo os sócios, as soluções Autodesk BIM permitem explorar e avaliar a viabilidade técnica de um projeto antes de sua construção, melhorar a confiabilidade de custos, visualizar os processos de construção através da simulação 4D e da verificação de interferências, aumentar a coordenação entre as partes interessadas ao longo do processo de projeto e construção e, o melhor, prever, gerenciar e comunicar os resultados do projeto.

Os benefícios das ferramentas BIM também se estendem ao ciclo de vida das edificações, além do design e da documentação e podem ser utilizados ainda para suportar técnicas de construção, planejamento de construção, feedback de custos e quantidade, fabricação e gerenciamento de instalações.

(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Rodrigo explica de que forma o processo de construção evoluiu. Da prancheta e nanquim, os profissionais passaram ao computador. Com o 2D, o projeto era desenvolvido, mas tratava-se apenas de um desenho digitalizado. “Agora, o processo pode ser todo visualizado em 3D.  Assim, o profissional pode navegar por ele e explorar os ambientes em todas suas minúcias. É um projeto que você vai construindo virtualmente e, se você erra, é mais barato arrumar lá do que na obra, depois de construída”. Segundo Rodrigo, quando o profissional modela em 3D, o software alerta para erros e ele pode fazer testes estruturais dentro do ambiente virtual.

Sem erros na construção

“Dentre as obras para a Copa do Mundo, foram noticiados erros grotescos em algumas construções, como foi o caso de uma via em São Paulo projetada para que ônibus articulados circulassem por ela, mas depois de pronta, é que notaram que havia um erro. Quando o ônibus foi passar pela primeira vez, não deu certo. E ela teve então que ser refeita para cumprir sua finalidade. Sabemos também de um erro em uma obra de viaduto em Cuiabá. Se essa ferramenta fosse utilizada, todas essas situações poderiam ser evitadas com a utilização da metodologia BIM”. Ou seja, as obras não precisariam ser refeitas e claro, haveriam menos danos aos cofres públicos.

“Essas situações poderiam ter sido visualizadas na fase do projeto, sendo assim, quando o profissional utiliza o software, tem menos chances de errar. E dá para construir de tudo com o BIM, de casinha de cachorro a grandes ginásios, cidades planejadas, expansão, ocupação, reorganização de espaços”, aponta.

Segundo Senra, essa é uma tendência tão forte que em São Francisco, nos EUA,  o modelo Building Information Modeling  já foi até mesmo atualizado para o CIM, o City Information Modeling que permite que os próprios habitantes possam fazer sugestões de aprimoramento de obras e alertar para eventuais erros.

Orçamento e prazo precisos

O sócio de Rodrigo, Ademir José Moraes, usa uma máxima: “a meta agora é construir antes de construir”. Sendo utilizado no Brasil já há quase 10 anos, principalmente na iniciativa privada, o BIM está sendo implantado em nível governamental no Brasil por um decreto do Governo Federal,, de maio de 2018. “Mas a ideia é que ele passe a ser expandido para todo mercado”. A Secretaria de Infraestrutura de Mato Grosso tornou-se a pioneira no Brasil ao exigir em um de seus editais – precisamente da construção de 3 mil quilômetros de rodovia – a adoção da ferramenta pelos proponentes à execução do projeto.

(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

“Além de prevenir eventuais erros, essa metodologia oferece precisão no orçamento. Em países como EUA, Inglaterra e Finlândia, é obrigatório que os projetos sejam modelados com este software. Como ele é mais assertivo e tem prazo de execução preciso, certamente que ele inibe superfaturamento e consequentemente, que a obra seja instrumento de corrupção”, explica Ademir. Segundo ele, no Chile, será implantado em sua totalidade até 2020. No Brasil, há uma sugestão de alteração na lei de licitações, porém, ainda está parada no Congresso.

“A gente costuma exemplificar às construtoras de edifícios comerciais e residenciais, a exemplo, o software representa uma economia de 20% em cada obra. Se são feitos cinco prédios, eles terão recursos para construir um sexto”.

Ademir e Rodrigo abrem caminho para uma mudança cultural na área da construção. “Ou vai pelo amor, ou vai pela dor [no bolso]”, descontrai Ademir. Ele alerta também para que interessados em se adaptar aos novos tempos procurem consultoria em canal oficial, como sua empresa.

“Gostaria de alertar sobre a utilização de softwares piratas. Além do profissional abrir caminho para surpresas desagradáveis na sua ferramenta de trabalho – dos quais os vírus são o menor dos problemas –, ele corre o risco de ser multado em 3 mil vezes o valor que pagaria utilizando meios legais para se capacitar”, arremata.

Interessados podem acionar os sócios-proprietários do Centro de Treinamento Autorizado AutoDesk, que fica na avenida Historiador Rubens de Mendonça, 2254 – Sala 204, no Edifício American Business Center. Ou ainda, agendar uma visita pelos telefones (65) 3358-7952/98406-8476/

Saiba mais no site: http://www.bimacademy.com.br

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