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Sob o domínio do mal

De peito aberto a imprensa tradicional vem apoiando a mentira, a censura os atos antidemocráticos e a criminalidade política

4 minutos de leitura
Sob o domínio do mal
(Foto: Jen Theodore on Unsplash)

A estrada mais curta e mais larga em direção ao pesadelo do Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley passa, necessariamente, por técnicas de manipulação e forças impessoais que tornam o mundo bastante inseguro para a democracia, e rude para a liberdade individual.

Já George Orwell na obra 1984 retrata uma sociedade que chegou ao ponto de igualar termos associados à positividade, como paz, liberdade e força, a termos associados à negatividade, como guerra, escravidão e ignorância, ou seja, o livro propõe um futuro decadente, totalitarista, que fecha, sufoca e massacra o ser humano.[1] A verdade vira mentira, a mentira vira verdade.

Ambas as sociedades existem e estão profanamente imiscuídas neste país esquecido à margem da história, em que a falsificação premeditada tornou-se hábito automatizado, meio inconsciente, como num fingimento histérico em que o doente, no começo, sabe que está mentindo, mas depois se deixa iludir por suas próprias palavras e, entre lágrimas e protestos de indignação, termina “sentindo” que diz a verdade.

A mídia brasileira, que estendeu no início deste século o tapete vermelho e, curvando-se gentilmente, deu passagem a quantos Lulas, Dirceus e Dilmas houvesse, aplaudindo, como prova de grande evolução democrática, a tomada do país por um bando de criminosos, tão hábeis na simulação de boas intenções quanto incapazes do menor sentimento de vergonha e culpa, mesmo quando pegos de calças na mão, desempenha um importante papel no desprovimento de sentido e caminho rumo à morte espiritual da nação.

Nos meus três últimos textos,[2] busquei demonstrar o mundo cão que a mídia tradicional quer instaurar no governo Bolsonaro e, consequentemente, no Brasil. Através deles, trouxe ao leitor uma sequência de acontecimentos lançados pelos meios de comunicação contra o presidente, começando pela saída do ex-ministro Sérgio Moro e finalizando no atual inquérito das fake news do STF.

Com isso, tentei expor com todas as letras que o meio jornalístico, em sua maioria, faz assídua oposição ao governo Bolsonaro, colocando os seus interesses e visão ideológica na frente do dever de informar a população. São constantes “crises” e “polêmicas” lançadas diuturnamente nas manchetes jornalísticas, sempre adjetivadas de “devastador”, “bomba”, “urgente”, “agora vai”, etc.

Desde então, a perfídia continua a todo o vapor, passando pela tentativa de responsabilização criminal de Bolsonaro por cada morte da Covid-19; acusação de tentativa de tomada de poder através de um “contragolpe”; perda da popularidade; agitador de manifestações; culpa por cada foco de incêndio na Amazônia; tentativa de burlar o “teto de gastos”; por dar “esmola” através do auxílio emergencial; e tutti quanti.

Até chegaram a prender apoiadores do governo com base em acusações sigilosas de um inquérito instaurado pelo acusador que se julga a vítima. Com apoio da mídia o STF passou a investigar, acusar e julgar os brasileiros.

Só que a máscara está caindo, e cairá mesmo! De peito aberto a imprensa tradicional vem apoiando a mentira, a censura, atos antidemocráticos, a criminalidade política no seu estado mais vil e, consequentemente, o fascismo nu e cru (lembram-se dos antifas?).

O império da manipulação psicopática da opinião pública, apoiado na cotidiana seleção repetitiva, reiteração prolongada das acusações e omissões contra o governo Bolsonaro vem saindo das trevas do oculto e tomando forma. O rei logo estará nu! A verdade prevalecerá!

Prova disso é a aprovação social cada vez maior do presidente, acompanhada do aumento do descrédito da mídia convencional (não atoa, vem se buscando regular extremamente os outros campos de diálogo e ideias sociais, como as redes sociais), entretanto, digo e repito: “o fato de elegermos um presidente não vai, por si, resolver o problema de representatividade liberal-conservadora nacional. Governos são transitórios e limitados, sendo imperioso que o brasileiro peleje e vença a mais importante das guerras: a cultural”.[3]

A direita só saiu da política nacional porque, com a complacência e até a ajuda do governo militar, foi primeiro banida da cultura nacional. Se Bolsonaro não sair da mera popularidade, que, em si, e principalmente no Brasil, quase nada significa em termos de ocupação de espaços e oferecimento de uma resistência séria à “revolução cultural”, de pouco adiantará sua vitória eleitoral.[4]

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[1] Disponível em: http://www.puggina.org/artigo/outrosAutores/o-verdadeiro-estado-laico-brasileiro-1/17009.

[2] Disponíveis em: https://olivre.com.br/a-perfidia-midiatica; https://olivre.com.br/midia-ou-psicose; https://olivre.com.br/os-fascistas-que-chamam-a-si-mesmos-de-antifascistas.

[3] Disponível em: https://olivre.com.br/por-uma-direita-unida.

[4] Disponível em: https://olavodecarvalho.org/perdendo-a-guerra-cultural/.

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