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Sob comando de Valtenir, PSB deve se tornar oposição a Taques

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Sob comando de Valtenir, PSB deve se tornar oposição a Taques

O deputado federal Valtenir Pereira, novo presidente do PSB, partido do qual voltou a ser filiado nesta quarta-feira (14), deve conduzir a guinada da legenda para a oposição ao governo Pedro Taques (PSDB). Ele deixou o PMDB e retornou à sigla depois de quatro anos, desbancando o grupo liderado pelo ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes.

De olho no reforço da coligação para enfrentar a possível candidatura de Pedro Taques à reeleição em 2018, o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), principal líder da oposição em Mato Grosso, apoiou a mudança do ex-correligionário. Com o apoio do antigo partido, Valtenir não deve sofrer nenhuma sanção nem ser alvo de ação por infidelidade partidária que reivindique o mandato.

“Esse espaço é importante para nosso arco de alianças”, explicou Bezerra. “Fui informado pelo Valtenir da intenção dele de mudar de partido. A ida dele para o PSB pode reforçar o nosso grupo nas próximas eleições”.

Bezerra conduz as tratativas com a cúpula nacional do PMDB, para que Valtenir mantenha suas indicações nos órgãos do governo federal. Na terça-feira, 20, ele deve se reunir com o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP). “Temos que dar sustentação para ele, porque ele tem cargos no governo federal”, observou.

O PSB é aliado de Pedro Taques desde as eleições de 2010, quando ele se elegeu senador. Atualmente, o PSB tem dois secretários no governo: Suelme Evangelista (Agricultura Familiar), que preside a sigla em Cuiabá, e Max Russi (Trabalho e Assistência Social), licenciado do cargo de deputado estadual.

Além disso, diversos secretários da gestão de Mendes em Cuiabá ocupam cargos no governo, no primeiro e segundo escalão. Apesar de não terem sido indicados pelo PSB, o espaço que a gestão do ex-prefeito ganhou no staff estadual é significativo.

A nomeação de Valtenir foi uma decisão do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Ele retorna ao comando do partido no lugar do também deputado federal Fábio Garcia, destituído em maio junto com toda a comissão provisória, por desobedecer a orientação da legenda, ao votar a favor da reforma trabalhista.

Para Suelme, além de ser uma tentativa de levar o partido para a oposição a Taques, a mudança de comando faz parte de uma articulação para que a executiva do partido em Mato Grosso apoie a reeleição de Siqueira. O dirigente defende que seu grupo continue no PSB e lute para recuperar o comando da sigla.

Ameaça de debandada
Valtenir desembarcou no PSB gerando uma crise no partido, que corre o risco de sofrer uma debandada. A legenda tem dois deputados federais e quatro estaduais, a maioria aliados de Mauro Mendes. Uma reunião nos próximos dias deve definir a estratégia de ação. Alguns cogitam a desfiliação em massa.

O deputado se desfiliou do PSB em 2013, em meio a brigas com o grupo de Mendes, que o tachava de centralizador, e esvaziou o partido, levando para o PROS 11 dos 12 prefeitos. O PSB começou a se recuperar do baque nas eleições de 2014, quando elegeu três deputados estaduais e dois federais. Em 2016, a sigla fez 16 prefeitos.

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