Em nova rodada de negociações, profissionais da educação municipal de Cuiabá decidiram em assembleia geral, realizada na tarde de quarta-feira (26), paralisar as atividades e entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (1º). O ato é resultado de um movimento contrário da categoria, que não aceitou proposta de reajuste apresentada pela Secretaria Municipal de Educação (SME). Até o momento, não houve nova proposta.
Conforme a prefeitura, a proposta era conceder o reajuste de 4% para servidores efetivos ou estáveis, em exercício. A medida, porém, não foi bem vista pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Cuiabá (Sintep), João Custódio da Silva, que alegou que “a proposta anterior já era ruim e essa é ainda pior”. Isso porque, além de não contemplar a todos os profissionais, também não estaria dando ganho real.
Caso fosse aceita a proposta da prefeitura, apenas 25% dos profissionais da educação receberiam o reajuste salarial, de um total de 10 mil profissionais. Além dos professores concursados ficarem de fora, também não receberiam aqueles que ocupam cargos comissionados, os aposentados e nem os que se encontram em licença.
Atualmente, além da reivindicação pela reforma salarial, também são pedidos melhores infraestruturas nas unidades de ensino, concursos públicos e reajuste no valor da hora aula.
Sem acordo com a prefeitura, os profissionais optaram pela greve por tempo indeterminado. Apesar disso, o presidente garantiu que estão abertos à negociações, mas até esta quinta-feira não havia sido procurado pela secretaria municipal para nova proposta.
O presidente do Sintep também comentou sobre as alfinetadas de que a greve estaria sendo motivada pelo momento político. Ao LIVRE, ele lembrou que toda greve é política. “É uma política, inclusive, de motivar aqueles que não sabem brigar por seus direitos. Aqueles que querem ter seus direitos garantidos, mas não têm a coragem, a ousadia, a determinação, para que venha somar”, finalizou.