A segunda greve do governo Mauro Mendes (DEM) pode acontecer ainda este mês, também envolvendo o ensino público. No mês passado, técnicos da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) iniciaram um movimento em razão do atraso nos pagamentos. Agora, é a vez dos profissionais ligados ao Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT).
Em assembleia geral nessa segunda-feira (4), realizada na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá, os profissionais do ensino público aprovaram o “estado de greve”, com uma paralisação prevista para o dia 12 de fevereiro. O ato deve atingir todas as escolas de Mato Grosso. Os profissionais estarão em estado de assembleia permanente, ou seja, podendo iniciar a greve a qualquer momento.
Segundo o presidente do Sintep, Valdeir Pereira, “o estado de alerta é um indicativo para o governo reavaliar a postura e buscar uma negociação”.
Professora da Unemat, Edna Sampaio, que também é coordenadora do Fórum Sindical, esteve presente na votação e declarou que a mobilização do Sintep é importante para que o movimento ganhe força. Desde o início do mandato de Mendes, o Fórum iniciou um embate contra a nova gestão, que conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa uma série de medidas consideradas “contra” os servidores. Dentre elas está a suspensão do pagamento da Revisão Geral Anual (RGA).
Greve na Unemat
Aprovada e iniciada no dia 24 de janeiro, a greve dos servidores da Unemat durou apenas quatro dias, com a retomada às atividades aprovada no dia 29 de janeiro, em assembleia. O retorno aconteceu antes do início das aulas e, portanto, não prejudicou os universitários.
De acordo com o sindicato dos Trabalhadores da Educação Superior do Estado de Mato Grosso (Sintesmat), a aprovação da greve se deu devido ao atraso nos salários de dezembro e parte do 13º de 2018, além da falta de pagamento da reposição inflacionária prevista na RGA. O sindicato estima que quase 75% dos servidores estiveram presentes na assembleia geral e votaram favoráveis à greve.
O governo, porém, logo entrou na Justiça contra o movimento e conseguiu, por meio do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que a greve fosse declarada ilegal. Segundo a desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho, os profissionais não tentaram negociar com o governo antes de deflagrar a greve.
Na decisão, a magistrada concedeu tutela de urgência para o Estado e determinou que 80% dos servidores e 100% dos comissionados voltassem a trabalhar. A multa por descumprimento foi fixada em R$ 1 mil por dia. A Justiça, porém, não autorizou o corte de ponto, conforme pedia o governo.
Com informações da assessoria
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