A diretoria do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad) repudiou, na manhã desta quarta-feira (27), o formato das operações relacionadas ao setor de base florestal. A operação questionada foi a Terra à Vista, realizada no último dia 13 de março.
A operação investiga fraudes no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora). O valor fraudado nos esquemas chegaria a R$ 150 milhões.
Em nota, o Sindicato questiona o formato, mas ressalta que “apoia o combate à ilegalidade e entende que aqueles que trabalham de forma ilícita devem pagar por seus erros”.
Segundo o presidente do Sindusmad, Sigfrid Kirsch, o indagamento gira em torno da forma “agressiva” em que as ações são realizadas.
“As operações ocorrem de forma truculenta, levando à mídia o nome de empresários e, na maioria das vezes, difamando empresas, mesmo antes que haja provas das acusações”, destacou.
Kirsch ainda finalizou ressaltando que não houve uma apuração sobre a veracidade das denúncias na operação.
“Além de não se certificar a veracidade das denúncias, também não houve critério razoável para separar aqueles que eventualmente praticaram alguma irregularidade dos que foram induzidos em erro por terceiros. Não houve o cuidado com as consequências da insensatez”, concluiu.
A operação
As apurações da Operação Terra à Vista foram conduzidas pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema). Os trabalhos começaram em 2014. O grupo investigado era acusado de atuar na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), fraudando o Sisflora. Uma auditoria realizada pela Sema auxiliou nos trabalhos.
Ao todo, 128 mandados de prisão e 12 buscas e apreensão foram expedidos no Estado. Os municípios alvo foram: Cuiabá, Várzea Grande, Alta Floresta, Nova Monte Verde, Apiacás, Paranaíta, Nova Bandeirantes, Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte, Itaúba, Matupá, Marcelândia, Cláudia, Santa Carmem, Ipiranga do Norte , Feliz Natal, Sorriso, Sinop, Juara, Aripuanã, Porto dos Gaúchos, Castanheira, Arenápolis.