Negócios

Sindifrigo critica uso de recurso do Fesa para o financiamento do Imac

4 minutos de leitura
Sindifrigo critica uso de recurso do Fesa para o financiamento do Imac
Foto: Ednilson Aguiar/O LIVRE

A forma de financiamento do instituto Mato-grossense da Carne (Imac) não está agradando o Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), que se reuniu nesta quinta-feira (29), em Cuiabá, para discutir o assunto. Dentre as pautas da reunião, estava a permanência do sindicado no Imac e “desvio de finalidades” dos recursos do Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa-MT), que, segundo a associação, é financiador do Instituto.

O Imac é composto pela indústria (frigoríficos), Acrimat e governo do Estado. Foi criado em 2016, com a finalidade de desenvolver pesquisas, tecnologias e fomentar o setor agropecuário mato-grossense. Contudo, na avaliação do presidente do Sindifrigo, Tadeu Paulo Bellincanta, o órgão não tem cumprido o seu papel.

[featured_paragraph] “Estou colocando uma avaliação pessoal, não da entidade. Na minha opinião o Imac não tem razão de ser, não traz nada de novo, soma despesas, e não soma benefício”, avalia Bellincanta.[/featured_paragraph]

Outra crítica do setor é a utilização do Fundo Emergencial para o financiamento do Imac, que, para o presidente, tem sido destinado para “fomentar o negócio”, o que não foi proposto inicialmente. Bellincanta ainda ressalta que o problema não é o recurso destinado para o Imac, em si, mas a maneira que foi encontrada para o financiar.

[featured_paragraph]“Nós não concordamos, [estão] utilizando o dinheiro de um fundo que é emergencial para questões de sanidade animal. Vamos brigar pela recomposição desse fundo. Decidimos ficar na briga. Eu não digo que seja ilegal, mas não é aquilo que foi prometido ao produtor. Vamos querer alterar isso”, garantiu o representante.[/featured_paragraph]

O presidente do sindicato adiantou que a utilização desse recurso pode colocar em risco toda a pecuária estadual. Caso haja “qualquer foco de doença em que o governo é muito lento para agir, nós temos recursos para ir lá, isolar esse foco, indenizar os produtores e fazer o que tem que ser feito com a rapidez que exige o caso”, esclareceu.

Segundo ele, se não houver eficácia na solução do problema, a pecuária “corre um risco muito grande de sanidade. O que mexe com [o valor] da arroba do boi. Você não pode exportar, não pode fazer um monte de coisa”, explicou Paulo.

Rompimento com a Imac

A decisão se o Sindifrigo vai ou não continuar vinculado ao Imac foi adiada para o início de 2019, quando os sindicalistas irão se reunir para debater o assunto. A reunião deve ocorrer entre o dia 22 e 30 de janeiro.

De acordo com o Bellincanta, os membros do sindicato viram que a questão do financiamento do Imac é mais emergencial. Por esse motivo, decidiram discutir uma solução para a maneira como se está utilizando recursos do fundo. “Nós queremos estacar isso. As outras decisões que nós vamos tomar ficaram encaminhadas para janeiro”, advertiu o presidente.

O vínculo do Sindifrigo com o Imac está em xeque por, segundo Paulo Bellincanta, entenderem que “o Instituto possa não estar atingindo o que ele se propôs no primeiro momento”.

[featured_paragraph] “Nós entendemos que todos os objetivos do Imac são duramente perseguidos pela Acrimat, Famato, Sindifrigo e todas as associações e sindicatos espalhados pelo Estado. O Imac vem sem um objetivo específico diferente do que já existe. Aumenta o imposto e não consegue trazer uma proposta nova, ainda que possam alegar algum tipo de trabalho, naquilo que já está sendo feito”, avalia o dirigente.[/featured_paragraph]

Aumento nos custos

Depois da criação do Imac, houve aumento médio de 17,2% nos valores pagos pelos pecuaristas e frigoríficos. Os valores somados, que iriam para o fundo, antes eram entorno de R$ 3,70, agora é R$ 4,34, por animal abatido. “Nós fomos pegos de surpresa com o aumento desse valor, e, pior, pra fomentar uma atividade fora da defesa da sanidade animal”, relatou.

Segundo ele, a taxa recolhida para o Fesa, deveria ser usada para formar um “colchão”, e que com “um valor ‘x’ nós diminuiríamos a contribuição”, o que não aconteceu.

[featured_paragraph] Na avaliação do presidente, o pecuarista é quem mais sofre com esses tributos. “Se pecuarista pagar R$ 2,17 e o frigorífico também, o frigorífico vai tirar da arroba esse valor. Ele não vai inventar esse dinheiro, esse dinheiro vai sair da matéria prima”, explicou o gestor.[/featured_paragraph]

O representante dos sindicalistas contou que o setor foi pego de surpresa no final do ano passado, quando houve alterações e emissões de decretos, contudo, promete que o setor vai lutar para “restabelecer legislação, brigar por uma nova lei, um novo decreto, para estancar essa saída de recursos, que nós julgamos improcedente, fora do propósito”.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes