O ex-governador Silval da Cunha Barbosa se declarou “não conformado” com a condenação dada a ele pelo juiz Marcos Faleiros, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. O magistrado condenou Silval a 14 anos, dois meses e 20 dias de prisão por solicitação e recebimento de propina, além de fraude a licitação. Os crimes são investigados pelo Ministério Público Estadual (MPE) na 2ª fase da Operação Sodoma.
Nesta etapa, o MPE investigou o pagamento de propina em um contrato para administração do crédito consignado para servidores públicos estaduais. Os valores foram exigidos das empresas Consignum, Web Tech e Zetra Soft e teriam sido lavados por meio da compra um terreno na Avenida Beira Rio por R$ 13 milhões, além da compra de gado, entre outras ações utilizadas pelo grupo liderado pelo ex-governador para dar ares de legalidade ao dinheiro desviado.
Na 1ª fase da operação, a juíza (atualmente aposentada) Selma Rosane Arruda condenou o ex-governador a 13 anos e sete meses de prisão. As penas impostas a Silval até o momento passam dos 27 anos de reclusão. Ele cumpre prisão domiciliar devido a um acordo de colaboração premiada fechado com a Procuradoria Geral da República (PGR) e homologado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na sexta-feira (11), o juiz revogou as medidas cautelares impostas a Silval e aos demais réus da 2ª fase da operação – o ex-governador continua em prisão domiciliar devido à condenação na 1ª fase da Sodoma. Outras duas fases da operação ainda tramitam na 7ª Vara Criminal.
Também delator, o ex-secretário de Estado Pedro Jamil Nadaf informou à Justiça que não irá recorrer de sua condenação. A pena imposta a Nadaf foi de três anos e quatro meses de prisão.
Também eram investigados na Sodoma 2 e ,foram condenados, o ex-deputado estadual José Riva (13 anos de prisão em regime inicialmente fechado), e o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace Guimarães (que foi condenado a 12 anos de prisão a serem cumpridos inicialmente em regime fechado). As condenações são de primeira instância.
Ao todo, 15 pessoas foram condenadas pelo juiz Marcos Faleiros. São ex-secretários de Estado, como Pedro Elias e Cézar Zílio, empresários e o procurador aposentado Chico Lima. O juiz ainda rejeitou integralmente as denúncias contra o ex-secretário de Estado de Fazenda Marcel Souza de Cursi e Karla Cecília, secretária de Nadaf.
