Mato Grosso

Sicredi encerra 2018 com resultado de R$ 463 mi, desempenho que vai além dos números

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Sicredi encerra 2018 com resultado de R$ 463 mi, desempenho que vai além dos números
foto divulgação Google

Precaução e segurança. É assim que o pequeno empresário Jander de Freitas Silveira, 41, de Cuiabá, define a poupança. Depois de passar por dificuldades financeiras e não possuir reserva, tendo que recorrer a empréstimos com juros mais altos, ele parou para refletir sobre suas finanças. Há três anos se associou ao Sicredi, onde mantém contas pessoa física e jurídica. E a partir do relacionamento mais próximo proporcionado pela instituição financeira cooperativa foi orientado pela gerente e incentivado a se organizar e ter uma poupança para cobrir possíveis emergências.

Ele seguiu a recomendação. Passou a fazer aplicações mensais ou trimestrais na poupança para não ser pego de surpresa outra vez. E está funcionando, pois agora, quando ocorre uma eventualidade ele se sente mais seguro por ter a reserva. Levou tão a sério os depósitos que diz estar disposto a fazer um empréstimo (caso precise) no intuito de preservar a poupança. “E além de ter recursos guardados tenho rendimento”, diz ele, ao comentar que também faz a programação dos depósitos para que não perca o ritmo das aplicações.

Sejam mensais, trimestrais ou programados, os depósitos na poupança ajudam a encorpar a carteira de crédito da instituição financeira cooperativa destinada aos associados do segmento rural. Quanto mais depósitos são feitos na poupança, mais a cooperativa de crédito tem recursos para emprestar aos produtores rurais. Vale lembrar que os recursos são emprestados na mesma região onde são captados, o que promove o chamado ciclo virtuoso do cooperativismo de crédito, em que as aplicações feitas pelos poupadores e investidores ajudam a fortalecer os produtores rurais e empresários da localidade, por meio da concessão de crédito, gerando emprego e renda, e promovendo o desenvolvimento local.

O empresário Josué Gonçalves Pereira – Foto: Assessoria

As histórias dos produtores rurais Silvia Marta Lehrbach, 67, e Alirton Gehlen, 72, de Sorriso, e do empresário Josué Gonçalves Pereira, 50, de Várzea Grande, ajudam a entender melhor como esse ciclo virtuoso acontece. O casal de produtores rurais vive em uma propriedade de 15 hectares, a Fazendinha Amigão, no assentamento Jonas Pinheiro, onde produzem leite. Há 30 anos em Sorriso e associados do Sicredi há uma década, uns três anos atrás decidiram investir na produção. Tinham 35 vacas e procuraram o Sicredi para ampliar o rebanho. Conseguiram um empréstimo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e compraram 27 vacas da raça holandesa, que tem produção leiteira maior. Como tinham uma reserva, usaram as economias e compraram mais 10 animais. O rebanho subiu para 72 cabeças. Nesse período, ela conta que a produção leiteira subiu de uma média de 80 litros por dia (com 35 vacas) para 600 litros/dia atualmente, o que melhorou a rentabilidade da atividade. “Além disso, sempre que precisamos de recursos para custeio o Sicredi nos atende. Sem a orientação da instituição financeira cooperativa e o dinheiro do Pronaf não teríamos a produção que temos hoje”, pontua Silvia.

Já Josué Gonçalves Pereira buscou apoio do Sicredi quando percebeu que poderia expandir o negócio. Dono de uma empresa de assistência técnica e venda de acessórios para celulares há seis anos, fez uma pesquisa de mercado e chegou à conclusão de que tinha espaço para abrir uma filial da Ponto Cell Celulares no bairro Cristo Rei, também em Várzea Grande. Procurou o Sicredi e conseguiu um aporte de R$ 100 mil, que foi somado ao capital que tinha guardado e investiu no novo empreendimento.

Em pouco tempo escolheu o ponto e fez as adequações necessárias para que pudesse inaugurar a nova loja, o que ocorreu no início de março. Para a filial precisou contratar três pessoas, que se juntaram aos três funcionários já existentes na empresa. Até a esposa, Fabiula Rodrigues, passou a trabalhar na empresa, e o ajuda a gerenciar a mais nova conquista da família. “Fico muito feliz em saber que estou contribuindo para o crescimento da minha cidade, gerando empregos na minha comunidade, e com o apoio do cooperativismo de crédito, que por meio da minha agência, me orienta e apoia a expansão do meu negócio”.

residente da Central Sicredi Centro Norte, João Spenthof – Foto: Assessoria

“O fluxo dos recursos registrado no Sicredi, em que as aplicações feitas na poupança e demais produtos de investimento fomentam o crédito rural e empresarial, é inerente ao cooperativismo de crédito, que tem como premissa o crescimento mútuo e a ajuda para o desenvolvimento dos negócios dos associados ou sua organização financeira e, no caso da pessoa física, para realização de sonhos. É um movimento que chamamos de ciclo virtuoso, porque contribui para a melhoria na qualidade de vida das pessoas e das comunidades onde estamos presentes”, comenta o presidente da Central Sicredi Centro Norte, João Spenthof.

O cooperativismo de crédito é um modelo econômico em expansão no Brasil, que tem o Sicredi como precursor, com 117 anos de atuação. Oferece mais de 300 soluções financeiras aos seus associados e está presente em 22 estados mais o Distrito Federal. Com mais de quatro milhões de associados, trabalha para ser mais que uma instituição financeira, pois sua atuação vai além da conta bancária, e tem reflexos no dia a dia das comunidades através das ações de responsabilidade social que desenvolve, a exemplo do Programa A União Faz a Vida.

Outro diferencial do cooperativismo de crédito é que os Resultados registrados pelas cooperativas são devolvidos aos associados, proporcionalmente às suas movimentações, ao fim de cada exercício. Em 2018, o Sicredi na região Centro Norte registrou R$ 463 milhões em Resultados, que foram distribuídos aos seus cooperados, ação que nenhum banco tradicional realiza. E foi justamente essa característica que pesou na decisão do produtor rural de Araputanga, Eliseu José Macedo, 79, de se juntar a outros produtores e a uma cooperativa da região para fundar uma cooperativa de crédito na cidade em 1988 – que mais tarde viria a aderir e atender com a marca Sicredi – e mudar a realidade da comunidade. “Precisávamos de apoio financeiro, de uma instituição que nos ajudasse a crescer. E foi a cooperativa de crédito a alternativa mais viável e que nos daria retorno, tanto que ao fim de cada ano recebemos de volta uma parte do que aplicamos. No último, recebi R$ 3,6 mil em Resultados e investi em aquisições que precisava. Que outro banco te dá dinheiro?”, brinca o associado.

Desempenho em números

Todo esse movimento (de depósitos na poupança, concessão de crédito, e de outros produtos financeiros e distribuição de Resultados) fortalece o cooperativismo de crédito, sendo reconhecido como sistema sólido e forte no sistema financeiro nacional. E no caso do Sicredi, o desempenho registrado pode ser medido em números, sempre crescentes.  Balanço anual da Central Sicredi Centro Norte, que abrange os estados de Mato Grosso, Rondônia, Pará e Acre, aponta aumento de 15% nos Resultados obtidos em 2018 na comparação com 2017.  O valor disponibilizado aos associados somou R$ 463 milhões no último ano, contra R$ 403 milhões no ano anterior, incremento de R$ 60 milhões. Para entender melhor, os Resultados são as sobras líquidas acrescidas das despesas de juros ao capital, e representa o que o mercado financeiro chama de “lucro” das cooperativas. Lucro este que é partilhado entre os associados ao fim de cada exercício, proporcionalmente às suas movimentações financeiras.

Outros indicadores que confirmam a robustez do sistema estão relacionados aos Ativos, Patrimônio Líquido, Depósitos Totais e Operações de Crédito, todos com desempenho positivo em 2018. Os Ativos passaram de R$ 10,8 bilhões para R$ 13,3 bilhões de um ano para outro, incremento de 23,2%. São recursos administrados pelas cooperativas e que circulam nas comunidades em forma de crédito para empresas, pessoas físicas e produtores rurais. O Patrimônio Líquido apresentou aumento de 18,4%, ao passar de R$ 2,1 bilhões para R$ 2,5 bilhões. Os Depósitos Totais tiveram avanço de 31%, ao sair de R$ 4,8 bilhões em 2017 para R$ 6,3 bilhões em 2018.

“Esses números demonstram que o Sicredi é uma instituição financeira robusta e sólida, que está presente nas cidades como opção de instituição financeira para pessoas físicas urbanas, rurais e empresas, pois temos soluções financeiras para atender todas as necessidades dos nossos associados. Não temos o objetivo de lucro, mas sim de melhorar a condição econômica dos nossos associados e da região onde eles vivem. Por isso, quanto maior for nosso desempenho, mais a sociedade se beneficia, pois há um efeito cascata sobre os associados, suas famílias e a comunidade onde eles vivem”, pontua o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Central Sicredi Centro Norte, Ezio Filho de Almeida.

 

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