Ednilson Aguiar/O Livre
O senador José Medeiros (Podemos-MT) apresentou um requerimento para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o dono da JBS, Joesley Batista, prestem depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CPMI) que investiga os contratos entre a empresa e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Medeiros é membro da CPI e também protocolou pedido para que a esposa de Joesley, a jornalista Ticiana Villas Boas, o ex-executivo da JBS, Ricardo Saud, e o ex-procurador do Ministério Público Federal (MPF), Marcelo Miller, e o procurador da República Eduardo Pelella sejam convocados a prestar depoimento no mesmo caso.
O requerimento foi apresentado nesta segunda-feira (11/9) e ainda deve ser apreciado pelo presidente da comissão, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO).
“Essa delação da JBS, desde o início tem sido um ponto fora da curva”, afirmou Medeiros, que é membro titular da CPMI. Para o senador, o modus operandi aplicado à delação dos empresários é diferente daquele adotado nos demais acordos fechados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da Operação Lava Jato.
As informações e provas cedidas pelos empresários da JBS fundamentaram a denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer (PMDB), de quem Medeiros é aliado.
O senador quer apurar se o ex-procurador Marcelo Miller estava instruindo os empresários para que fechassem o acordo – ele também consta na lista de possíveis depoimentos.
“Como é que alguém comete tanto crime, engana tanta gente, dá um prejuízo tão grande ao Brasil e vai morar na quinta avenida sob as bênçãos do procurador-geral da República”, questionou o senador.
Também podem ser convocados a mulher de Joesley, a jornalista Ticiane Villas Boas, o executivo Ricardo Saud, além do procurador Eduardo Botão Pelella.
A comissão foi criada no dia 30 de agosto e ainda não possui relator. A CPMI tem 16 senadores e 16 deputados federais, com igual número de suplentes, e prazo de 120 dias para a investigação.