Os dois gols marcados pelo Brasil, já na prorrogação, contra a Costa Rica, encheram-nos, novamente, de esperança e, apesar do choro desnecessário de Neymar, já entraremos em campo, na quarta, contra a Sérvia, apesar de ainda pressionados, dependemos apenas da nossa força para passar da fase de grupos e entrarmos no mata-mata. O sufoco vai continuar a cada rodada, mas o histórico da seleção sob o comando de Tite, permite-nos a sonhar, novamente, com o hexa. Vai, Brasil!

Aqui ao nosso lado, em Tocantins, tivemos a confirmação do desalento do povo com a classe política. No segundo turno realizado ontem, a soma dos votos dos dois candidatos foi de apenas 48% dos votos, contra quase 52% de nulos, brancos e abstenções. Pra ficar mais claro o sentimento nacional, que de lá vem apenas uma amostra, o governador eleito em mandato-tampão, para dirigir o Estado até 31 de dezembro – e com direito a candidatura a reeleição – teve apenas pouco mais de 30% dos votos do eleitorado apto a votar. Uma lástima!

Aqui pelo nosso quintal, todos esperamos que a coisa seja diferente e que o eleitor vá maciçamente às urnas, em 7 de outubro, usar a verdadeira arma de transformação: o seu voto.

À medida que o prazo vai se afunilando, o quadro começa a clarear. Mauro Mendes parece ter ido definitivamente à luta, para alegria de seus apoiadores e correligionários. Embalado pelas pesquisas e disposto a gastar sola de sapato para encarar o eleitor olhando-o nos olhos, devolvendo os ataques de Taques e apresentando-se como capaz de salvar o Estado do desgoverno que aqui impera. Isso não significa, porém, que os temperos estejam harmonizados no caldeirão do DEM. Quem será o vice? Pivetta? Será que não mudou de opinião e quer concorrer sozinho? No caso de união, como será a convivência com Jayme, uma vez que a relação entre os dois não é exemplo de cordialidade?

E o Wellington, aquele que diz que é mas não parece sê-lo? Depois de se posicionar com firmeza, na semana passada, parece ter refluído. Notícias veiculadas dando conta de uma grande operação policial a ser realizada atingindo-o diretamente, fruto da interminável delação de Silval Barbosa, sobre um indicado seu que comandava a Sinfra no Estado e que parecem tê-lo abatido, embora pareça não haver mais espaço para desistência sob pena de perder muito em eleições futuras.

Uma grande preocupação nessa hora de fechamento das alianças é a composição das chapas proporcionais, fundamentais para alavancar as majoritárias. Nesse quesito quem ganha de lavada é Wellington. Partidos que já declararam apoio a ele são os que mais viabilizaram candidaturas. No PSDB, com a saída de Nilson para o senado, não existe um nome que tenha eleição garantida; No DEM, apenas Fábio Garcia tem musculatura e grande apoio partidário. Estará, com certeza, mais uma vez, estará sentado à direita de Mauro Mendes na campanha. As candidaturas a deputado estadual também vivem dias de turbulência. Veja-se o caso do PSD de Carlos Fávaro. Tem quatro deputados estaduais que juram amor eterno a Taques e não sabem como será a campanha, se a decisão partidária for, como parece que será, aliar-se a outro candidato. Seja Wellington, seja Mauro, não sabem como farão campanha sem palanque, sem material conjunto e sem tempo de TV.

Pelos lados do Paiaguás, as coisas continuam na mais perfeita desordem. Taques parte pra cima de Mauro na tentativa de desconstruí-lo. Não restou, aparentemente, um sinal, sequer, da antiga amizade e relação política. Enfrentam-se, agora, no ringue da baixaria, e isso é tudo que o povo não quer mais ouvir. Difícil mesmo para ele é reduzir os índices de rejeição apontado em todas as pesquisas, item onde é um verdadeiro campeão. Sem qualquer contestação de qualquer um de seus adversários.

A semana promete e muito. Embora o ministro Fachin tenha nos tirado a emoção de acompanhar o pedido de liberdade para Lula, que estava na pauta de julgamento na segunda turma do STJ, frustrando a massa petista, resta-nos os jogos da Copa, com destaque para o Brasil na quarta. No campo político será uma semana de decisões finais quanto a candidaturas e alianças. É aguardar para ver como terminarão os acertos que, hoje, parecem ser impossíveis de conciliar.

*Ricarte de Freitas

Advogado, analista político e ex-parlamentar federal e estadual

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