Críticos do que consideravam ser “falta de diálogo” na gestão anterior, os ex-governadores Júlio e Jayme Campos, ambos do DEM, avaliam positivamente os primeiros cinco meses do correligionário Mauro Mendes à frente do Palácio Paiaguás. Os dois concordam que o momento é de arrumar administrativamente o Estado, para só então cobrar espaço político para o partido.
Mauro Mendes compôs um secretariado com perfil político e técnico. Até agora, o DEM comanda somente a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, cujo titular é Cesar Miranda, uma indicação dos próprios irmãos Campos. Há uma expectativa, no entanto, de que o secretário Gilberto Figueiredo, que comanda a Saúde, troque o PSB, seu atual partido, pelo Democratas.
Conforme Jayme Campos, o partido está contemplado no governo e vem se comportando como um parceiro “até para ele [Mauro Mendes] botar a casa em ordem”, diz o senador. “Não seria democrático colocar a faca no peito dele e pedir a indicação de quem quer que seja”, completou, classificando a gestão como “ótima”.
Já Júlio Campos, destacando que “a política é a arte de saber dialogar”, disse que o DEM não espera “empreguismo”. Segundo ele, o governador Mauro Mendes tem procurado consertar o Estado administrativamente e colocar as contas em ordem e só depois disso deve atuar na parte política de uma gestão. “Até agora, está bom o governo”, avaliou.
Nos bastidores, entretanto, a classe política já começa a cobrar mais espaço no governo. Mendes teve o apoio de 7 partidos na eleição de 2018, mas esse número cresceu depois do pleito. Na Assembleia Legislativa, por exemplo, o democrata conta com o apoio de 21 dos 24 deputados estaduais.
A pressão por cargos é ainda maior diante da demora nas nomeações no governo federal. A bancada federal de Mato Grosso também estaria reivindicando vagas aos seus apadrinhados.
