Recém-eleito deputado federal por Mato Grosso, o ex-ministro da Agricultura Neri Geller (PP) está preso em uma cela comum da Penitenciária Mata Grande, em Rondonópolis (218 km de Cuiabá). Isso porque o político não tem diploma de ensino superior e ainda não tomou posse na Câmara, não podendo, portanto, ser considerado uma autoridade.
Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), não há direito a cela especial, nem determinação – ou mesmo pedido da defesa – na Justiça para transferência da Mata Grande. Se o deputado eleito fosse diplomado, ele iria para o Centro de Custódia da Capital (CCC), em Cuiabá.
Neri Geller cumpre prisão temporária, com previsão de cinco dias, por suposta participação no esquema de propina no valor de R$ 250 mil, para aprovação de emenda.Ele foi preso na manhã de sexta-feira (09), durante a “Operação Capitu” da Polícia Federal, um desdobramento da Lava Jato que investiga desvios no Ministério da Agricultura na gestão de Antonio Andrade (MDB).
No entanto, segundo o advogado Hélio Ramos, especialista em Direito Eleitoral, a prisão do ex-ministro dificilmente impedirá sua posse como deputado federal, marcada para 1º de fevereiro de 2019. Segundo ele, depois da eleição, apenas dois tipos de ação na Justiça Eleitoral poderiam levar à inelegibilidade de um candidato eleito e impedir a posse: um recurso contra expedição de diploma (RCED), ou uma ação de impugnação de mandato eleitoral (Aime).