Guilherme Waltenberg e Lázaro Borges
Sentada em uma mesa com toalhas verde, amarela e azul, a ex-juíza criminal Selma Arruda confirmou na tarde desta quinta-feira (5) o que há muito era especulado: ela será candidata ao Senado pelo PSL, a mesma sigla do presidenciável Jair Bolsonaro. O anúncio foi feito no salão de festas do prédio onde ela mora, no Quilombo, área nobre de Cuiabá.
Logo acima das toalhas, ornamentavam a mesa rosas brancas e amarelas, crisântemos azuis e folhas de antúrios verdes – sempre em alusão à bandeira nacional.
Selma explicou que a decisão de lutar por uma vaga no Senado foi inspirada na falta de ferramentas que a Justiça oferece atualmente para punir a criminalidade.
“Só tive certeza (de que deveria seguir para a carreira política) quando proferi uma sentença da Sodoma 1 e percebi que ela não trouxe resultado prático nenhum. Não consegui aplicar a Justiça que achava que tinha que ter feita por causa das imposições da lei”, criticou.
Vestindo um conjunto azul marinho e colares dourados com uma imagem do tamanho de metade de um pulso de nossa Senhora, Selma fez um discurso invocando a Deus, que segundo ela é “o juiz dos juízes”, e a necessidade de aproveitar as possibilidades que o momento atual lhe proporciona.
“Fui magistrada em Mato Grosso por 22 anos com muito orgulho. Honrei a toga. Julguei acreditando no que fiz e invocando a mão de Deus”, disse, sem esconder a emoção e o orgulho pela popularidade angariada com as sentenças. “(A candidatura) Foi um cavalo encilhado que passou na minha frente”, disse.
PSL
Ao seu lado na mesa, estavam o deputado federal Victorio Galli, o vice-prefeito de Lucas de Rio Verde, Silvio Favero e o pré-candidato a deputado federal Nelson Barbudo.
Galli afirmou: “é um prazer receber a senhora em nosso partido”. Segundo o deputado, ele estava no encontro representando o deputado Bolsonaro.
“Optei pelo PSL não apenas pelos ideais, mas pelas pessoas que o compõem. Acredito que o deputado Bolsonaro tem condições de chegar à presidência e acredito nos companheiros que estavam militando(na sigla)”, disse Selma.
“(O PSL) prega o liberalismo econômico, o que coaduna com o combate à corrupção. Enxuga o estado e diminui a corrupção. Ao mesmo tempo, o partido prega valores como o estado democrático de direito”, prosseguiu, ao elaborar o porquê escolheu o PSL ao invés de outras siglas. “E também tem o conservadorismo ético e moral. Esses três fatores foram primordiais para a minha escolha”, concluiu.
Assista trechos da entrevista concedida por Selma Arruda: