A maioria dos partidos da coligação “Segue em frente Mato Grosso” ficou ao lado do deputado federal Nilson Leitão (PSDB) na disputa pela divisão do tempo do horário eleitoral entre os candidatos ao Senado da chapa, em reunião na tarde desta quinta-feira (29). Com isso, ele deve ter pouco mais que o dobro do tempo destinado à outra candidata, a juíza aposentada Selma Arruda (PSL), que não compareceu à reunião.

No encontro, oito dos partidos da coligação votaram para que Leitão tenha 67 segundos e Selma tenha 32 segundos. Dessa forma, Leitão teria os 42 segundos do PSDB e Selma os 7 segundos do PSL. Os outros partidos da aliança, somados, têm 50 segundos, que seriam divididos de forma igualitária entre os dois candidatos.

O programa dos candidatos ao Senado da aliança tem um total de 1 minuto e 39 segundos. A aliança é formada pelo PSDB, PSL, PPS, PSB, DC, PRP, PRTB, Patriota, Avante e Solidariedade e sustenta a candidatura do governador Pedro Taques (PSDB) à reeleição.

O presidente do PSL, o deputado federal Victorio Galli, foi voto vencido. “Queremos que os dois tenham tempo igual. Quando se casa é 50% para cada um. Essa é a proposta do PSL”, disse ele à imprensa, ao final da reunião.

Sem definição

O presidente regional do PSDB, Paulo Borges, afirmou, no entanto, que a decisão sobre divisão do horário eleitoral será tomada em uma reunião entre Selma e Leitão, ainda hoje. Isso porque, apesar de ter solicitado a reunião com os partidos, a candidata faltou ao encontro, alegando compromissos de campanha em Rondonópolis. Dessa forma, Leitão, que foi ao local, decidiu não participar da reunião e deixar para deliberar sobre a questão pessoalmente com Selma.

“Meu entendimento é que o PSDB maior partido do arco de aliança entendemos que é justo ficarmos com nosso tempo”, argumentou Paulo Borges. “Mas nada está definido até que os dois sentem e conversem”, completou.

Selma ameaçou ir à Justiça se não tivesse o mesmo tempo que Leitão no programa. O dirigente tucano disse não acreditar que ela fará isso. “Acho que vai prevalecer o bom senso, a união do grupo, a lealdade. Não precisamos de briga interna. Muita gente tem muito a perder”, disse.

Victorio Galli disse que espera um acordo também. “Ela, como candidata na chapa majoritária, vai procurar os direitos que ela tem. Mas eu espero que esse entendimento possa acontecer em uma conversa tranquila entre eles, e assim evitar desgaste”, declarou.

Palanque para Bolsonaro

Paulo Borges argumentou, ainda, que ceder tempo do partido para Selma significa ceder tempo para a campanha de Jair Bolsonaro (PSL), que é adversário de Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pela Presidência da República.

“Embora a juíza possa não pedir voto para o Bolsonaro, fica muito difícil explicarmos para o PSDB nacional que cedemos tempo para o PSL. Leitão é líder do partido na Câmara Federal e um dos conselheiros do Alckmin. Isso pesa bastante na decisão”, disse.

Outro lado – atualizada às 20h06

A assessoria de Selma enviou nota à redação do LIVRE contestando as declarações de Paulo Borges e afirmando que a reunião foi convocada pelo tucano, e não pela candidata, conforme ele havia informado em entrevista coletiva ao fim da reunião. A assessoria disse ainda que não terá nenhuma reunião com Nilson Leitão hoje, pois ela cumprirá agenda em Rondonópolis, inaugurando o comitê da campanha de Bolsonaro à Presidência da República.

Leia a nota de Selma na íntegra:

A coordenação de campanha da juíza Selma Arruda, candidata ao Senado pelo PSL, esclarece que a juíza não faltou a reunião realizada na tarde desta quarta-feira (29.08) no diretório do PSDB, já que a reunião era direcionada aos presidentes dos partidos. Como é de conhecimento público, o presidente do PSL em Mato Grosso é o deputado federal Vitório Galli, que compareceu ao encontro, acompanhado do jurídico do partido.

Cabe frisar que a referida reunião foi convocada pelo presidente do PSDB, o senhor Paulo Borges, e não pela juíza Selma Arruda, conforme divulgado.

A coordenação esclarece ainda que, ficou surpresa com a recusa do partido tucano em não dividir o tempo de programa eleitoral de forma igualitária com o PSL, sob a justificativa de não estar autorizado a dar palanque à Bolsonaro, no entanto, o PSDB queria coordenar à visita do presidenciável à Cuiabá, mostrando um incongruência no posicionamento.

Por fim, cabe informar a todos que não haverá nenhuma reunião nesta quarta-feira, pois a candidata cumpre agenda em Rondonópolis, inaugurando o QG Pró-Bolsonaro. 

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