Judiciário

Selma Arruda: “não acredito em nada do que esse cabo fala”

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Selma Arruda: “não acredito em nada do que esse cabo fala”
(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Mesmo declarando que já havia sido alvo de várias ameaças de morte, a senadora Selma Arruda (PSL-MT) recebeu com descrença as novas declarações feitas pelo cabo PM Gerson Luiz Correia nesta quarta-feira (17), em reinterrogatório na 11ª Vara Criminal de Cuiabá.

Em depoimento ao juiz Marcos Faleiros e a membros do Conselho de Sentença, Gerson Correia afirmou que uma suposta ameaça de morte contra a então juíza Selma serviu de pretexto para que família do ex-governador Silval Barbosa fosse grampeada.

“Não acredito em nada do que esse cabo fala. Ele já mudou o depoimento por várias vezes, parece estar sendo direcionado por alguém”, declarou a senadora ao LIVRE.

“Eu ainda não sei muito sobre isso, mas, à época, recebi notícias sobre uma trama para me matar e, então, relatei ao Gaeco. O procedimento de investigação correu na 7ª Vara Criminal, mas, como eu era vítima, não atuei nele”.

Selma disse que a situação a deixou bastante impactada. “Uma pessoa ouviu uma conversa e me contou. Era uma coisa bem agressiva. Disseram que iriam me quebrar toda e que eu já estava com cara de cadáver”, relembrou, sobre o “recado”.

Por sua vez, Gerson contou nesta tarde que foi até o procurador de justiça Domingos Sávio para resgatar o fato e este teria dito a Gerson que era “requentado”, mas que ainda assim, até o momento, não teria concluído a investigação.

“São fatos graves e que remetem a barriga de aluguel, dentro do Gaeco”, disparou Gerson.

Relatório “fantasioso”

Neste ponto do depoimento, ele relembrou que a então juíza Selma foi até o Gaeco para contar a Marco Aurélio sobre a suposta ameaça. Por sua vez, o promotor mandou Gerson ir até o gabinete de Selma.

Gerson disse em juízo que fez um minucioso, porém, fantasioso relatório. “Foram incluídas informações e objetos que não tinham nada a ver com o caso. E, então, Marco Aurélio o assinou”.

A intenção do relatório era apresentar elementos para subsidiar a peça para interceptação telefônica dos alvos que seriam Antonio Carlos Millas, sua esposa, Silval, o irmão de Silval, Antônio Barbosa, e outras pessoas.

Nos primeiros quinze dias de grampos, nada apontava para trama contra Selma. Gerson afirma que o objetivo central, portanto, era bisbilhotar a vida dos alvos. Mesmo assim, as investigações foram prorrogadas.

“Essa investigação realizada no Gaeco, para mim, era a mais típica prática de barriga de aluguel dentro do Gaeco”, disse Gerson. “A prática de barriga de aluguel não começou na PM, mas já veio do Gaeco há muito tempo”.

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