Crônicas Policiais

Segurança de mercado de Cuiabá quebra nariz de homem que tentava entrar no local

Segurança alegou ter agido em legítima defesa, reagindo a uma suposta tentativa de agressão da vítima

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Segurança de mercado de Cuiabá quebra nariz de homem que tentava entrar no local
Imagem ilustrativa / Freepik

Um homem de 26 anos teve o nariz quebrado no início da noite dessa segunda-feira (14) ao ser agredido com um soco por um segurança, de 27 anos, de um supermercado localizado no Bairro CPA I, em Cuiabá.

Uma equipe da Polícia Militar estava em rondas pelo CPA I quando, ao passar pela Rua Amaro Falcão, viu um homem parado no meio da rua, com o rosto e as roupas cheios de sangue.

Os policiais pararam imediatamente e perguntaram ao homem o que havia acontecido e ele contou que tinha tentado entrar no mercado para comprar uma cerveja, entrou em atrito verbal com os seguranças do local e levou um soco no rosto, causando-lhe a lesão e o sangramento.

Uma testemunha, de 46 anos, confirmou a versão da vítima e disse ter presenciado tudo. Com isso, os policiais resolveram ir até o mercado para falar com o segurança e os representantes do estabelecimento.

No local, os responsáveis pela administração confirmaram que havia acontecido uma confusão no mercado com a vítima, que aparentava estar sob efeito de bebidas alcoólicas e estava causando transtornos no local.

Eles alegaram que a vítima havia sido orientada a se retirar, mas não acatou.

O segurança que agrediu a vítima foi chamado e confirmou o ocorrido, mas disse que só deu o soco como reação a uma tentativa de agressão da vítima.

Os policiais acionaram reforços e pediram que o segurança os acompanhasse até a delegacia.

Socorro

Em seguida, levaram a vítima até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Morada do Ouro, onde, após avaliação médica, o homem foi encaminhado para o Hospital Municipal de Cuiabá.

Como não havia uma ambulância para levá-lo, os próprios policiais o encaminharam, assim como à documentação de atendimento.

No HMC, ele passou por um especialista bucomaxilo, que disse que a o homem precisaria fazer alguns exames e iria ser internado para passar por uma cirurgia no nariz.

Os policiais deixaram a vítima no hospital e registraram um boletim de ocorrência como ocorrências atípicas, de natureza diversa.

Outro lado

Mais tarde, o segurança procurou a polícia para contar a sua versão dos fatos.

Ele afirmou ser assistente de prevenção a perdas no mercado e que, nessa segunda (14), quando estava em seu posto de serviço, foi confrontado por um homem que entrou na loja e começou a ameaçar os clientes e funcionários.

Segundo o segurança, primeiro o homem teria começado a incomodar a funcionária que trabalha na entrada da loja, com prevenção à covid-19. Ao verem a situação, ele e o gerente pediram que o homem se retirasse, mas ele não aceitou e entrou na loja.

Já no interior, o homem teria passado a incomodar os clientes e o segurança afirmou que teve que intervir para que o homem saísse, o que o deixou agressivo, pois este, segundo o segurança, aparentava estar sob efeitos de bebidas alcoólicas ou outras substâncias.

Quando estava colocando o homem para fora, o funcionário afirma que ele tentou agredi-lo com socos e chutes, chegando a atingi-lo na perna. O segurança afirma que, somente depois disso, revidou as agressões e acertou um soco no rosto do suspeito.

Por fim, o segurança afirma que a Polícia Militar foi acionada e uma equipe esteve presente no mercado e retirou o homem no estabelecimento. Mas, depois, outra equipe apareceu dizendo ter sido acionada para averiguar a denuncia de agressão.

Ele disse, ainda, que foi convidado a acompanhar os policiais até a Central de Flagrantes de Cuiabá, onde foi registrado um boletim de ocorrência contra ele, mas que nem conseguiu ser ouvido para se explicar. Porém, o delegado o informou que teria que procurar a delegacia para registrar outro boletim e assim ele fez.

O segurança afirmou que possui imagens do sistema de câmeras de monitoramento interno do mercado, que poderão auxiliar na investigação do caso e mostrar o que realmente aconteceu.

O caso deverá ser investigado pela Polícia Judiciária Civil.

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