O detento morto nesta terça-feira (20) durante a rebelião na Penitenciária Central de Cuiabá (PCE) foi identificado como Jesuíno Cândido da Cruz Júnior, 28 anos. Ele estava no Raio 03 do presídio, tinha sido transferido da cadeira pública de Várzea Grande para a PCE em outubro de 2017 e cumpria pena por tráfico de entorpecentes e roubo.

As informações foram confirmadas pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), que afirmou que o motim já foi controlado pelos agentes, junto ao Grupo de Intervenção Rápida (GIR) e o Serviço de Operações Penitenciárias Especiais (SOE).

Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, a rebelião teria sido motivada em protesto a ações de revista realizadas nos raios na manhã desta terça-feira (20). Já familiares dos detentos afirmaram ao LIVRE que a motivação foi a retirada de água, ventiladores e aparelhos de som e TV das celas.

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) irá investigar a morte do detento. A delegada Alana Cardoso afirmou que ele teve um ferimento na região da cabeça, mas não soube informar que tipo de arma teria sido utilizada. Ainda não há a confirmação se ele teria sido morto por outros detentos, ou por agentes.

Segundo a Sejudh, quatro presos ficaram feridos e passaram por atendimento médico no setor de saúde da própria unidade. A delegada Alana Cardoso ainda afirmou que alguns agentes tiveram escoriações por conta das pedras jogadas contra eles.

Superlotação
O presidente do presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen), João Batista, disse que, com exceção ao preso morto, os demais detentos afirmaram não estarem feridos. Com o fim da rebelião, os presidiários voltarão para suas celas.

João Batista afirmou que realmente há a reprovação dos detentos ao diretor do presídio, porém, o grande problema da unidade seria a superlotação. “É uma unidade que tem 859 vagas e tem mais de 2.400 presos. Tem três vezes a capacidade dessa unidade. Isso traz um risco para os nossos servidores que atuam lá dentro e para os presos”, disse o presidente do sindicato.

Ele disse que a falta de efetivo, pauta frequentemente defendida pelo Sindspen, e o excesso de presos, bem acima da capacidade do presídio, colocaria todos em risco e deixa brechas para que aconteçam ações como a desta terça-feira (20).

O presidente do sindicato não acredita que a motivação da rebelião tenha sido a retirada de direitos dos presos, mas que essa informação ainda não pode ser confirmada.

 

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