Setores da economia em Mato Grosso podem ser afetados de maneiras diferentes pela previsão de seca mais intensa, de junho a setembro, e pela escassez de água nos reservatórios de distribuição de energia elétrica.
O que é quase consenso é que os preços dos alimentos devem ficar mais caros para o consumidor final.
Presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo de Oliveira diz que frigoríficos e outros ramos de processamento de alimentos podem ter a produção afetada nos próximos meses.
Uma mudança de perspectiva depende de contornar o cenário avaliado como crítico na distribuição de energia elétrica no país, para suprior o aumento de consumo, que chegou a 14% em abril.
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“Alguns setores estão protegidos, como a indústria do etanol de milho, mas os frigoríficos e a indústria de processamento de alimentos podem ter que reduzir o trabalho e vender produtos mais in natura e, se isso acontecer, vai gerar perda”, afirmou.
O mercado da carne vermelha, que está numa fase de preços altos, pode ter a maior variação com o menor processamento pelos frigoríficos. A Associação dos Criadores de Gado de Mato Grosso (Acrimat) não comenta o assunto neste momento.
Plantações
Na agricultura, a avaliação é que mecanismos de auxílio às plantações devem amenizar a escassez de água. Conforme a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), não deve ocorrer um grande impacto para os produtores em larga escala.
Os pivôs que colhem água de poços profundos são desligados no inverno por causa do alto custo de energia elétrica. Mas eles são responsáveis pela irrigação de apenas 150 mil hectares.
“É uma área pequena, se comparada com o total produzido na agricultura local”, explica Walter Valverde, secretário adjunto de Investimentos, Inovação e Sustentabilidade.
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) informou que ainda avalia eventuais impactos na produção, a depender dos números em coleta durante este mês.